terça-feira, 20 de abril de 2010

Nacht #3: Die Suche

E aí, pessoas? Capítulo novinho, escrito hoje mesmo! Espero que seja do agrado de vossa senhoria =P O título de hoje? "A Busca". Divirtam-se!




A Dinamarca era um lugar frio. Especialmente naquela época do ano. Apesar de estar localizada logo abaixo da Península da Escandinávia e, por isso, ter o benefício da aquecida corrente marítima do Golfo no inverno, as temperaturas não saíam da parte negativa do termômetro. Bem agasalhados, os cidadãos de Copenhage pisavam a neve das calçadas, no centro, fazendo compras e se reunindo em cafés aquecidos e apinhados de gente. Um inverno típico. Mas não para mim.
No dia seguinte ao atentado à casa de meu pai, já havíamos partido, chegando pouco depois do meio dia. Não havia tempo a perder – afinal, as férias de inverno acabariam em pouco mais de uma semana, e teríamos de voltar às aulas.
Estabelecemo-nos em um hotel num bairro calmo e tradicional da cidade, próximo ao centro. Não havia, no entanto, muitas pistas a seguir, e as que tínhamos eram muito vagas, e talvez não nos levassem a lugar nenhum. O próprio assassino mandado até nós deu informações que sabíamos estarem erradas (como o fato de eu ser uma vampira perigosa e exilada na Alemanha), o que mostrava que fora manipulado com informações falsas. Ele sequer sabia que seria uma missão suicida, pois tentaria invadir a casa de um dos Hunters mais famosos do país.
Então, por onde começar? Eu e Mikhail decidimos descansar no hotel, e esperar até a noite para agir. Faríamos primeiro uma busca menos específica, para encontrar os meus semelhantes dinamarqueses. Falando com eles e com um pouco de sorte, poderíamos conseguir pistas do local onde aqueles vampiros foram contratados, e quem fez isso.
Finalmente, às 22 horas, começamos nossos preparativos. Pegamos nossas armas, escondendo-as por baixo de nossos sobretudos, e fomos para a rua fria, onde começavam a cair alguns flocos finos de neve. Eu sorri.

- Parece um dia perfeito para achar vampiros.
- Mesmo? – Mikhail sorriu também, abrindo para mim a porta do carro que havíamos alugado para nossa estadia em Copenhage – Por que acha isso?
- Porque se parece muito... Com o dia em que meus pais morreram.

Meu noivo beijou-me a testa, me abraçando forte.

- Nós vamos encontrar quem fez isso. Eu prometo, Sophy.
- Sim... Nós iremos encontrá-los. Obrigada, querido. Mas agora... Vamos à caça.

Ele balançou a cabeça positivamente, e fechou a porta, quando entrei no carro. Nossa noite estava apenas começando.






- Direita, na próxima rua. Uhum. Agora... Direita naquele sinal ali, e depois, esquerda. Estamos perto...

Mikhail seguia minhas instruções com precisão, guiando o carro, enquanto eu, de olhos fechados, nos levava para uma região no subúrbio da cidade, uma área pouco movimentada, ainda que houvesse casas e pequenos cafés e restaurantes abertos. Eu indicava o caminho sentindo a aura dos demais vampiros, uma habilidade que já me fora útil diversas vezes, e era característica dos clãs de vampiros que têm por elemento o espírito. Somos capazes de sentir a força da existência de qualquer ser. Não importa o que ele seja.

- Pode parar. Chegamos. Sinto muitos deles logo ali.

Mikhail estacionou o carro ao lado da calçada, que já acumulava nova camada de neve, mesmo após a limpeza feita pelo serviço municipal das ruas, no fim da tarde. Descemos do carro. Meu noivo olhou fixamente para um beco, enquanto vinha para perto de mim.

- Ali.
- Sim, ali. Vamos?
- Vamos.

Ele segurou-me pela mão, e entramos pelo beco estreito. Logo o espaço se abriu, em uma espécie de praça. E lá, do outro lado da praça, brilhavam as luzes amenas de um café movimentado. Um café cheio de vampiros.

Nacht #2: Verlegung

Ei galère, como estão? De volta para mais uma empreitada, agora com a Pris à frente do projeto (afinal, é a história da personagem dela ;D). De qualquer forma, não me perguntem o que esperar daqui pra frente, porque nem eu sei o que pode rolar nessa história! =O

Enfim, apreciem o primeiro capítulo do Mika nessa nova fase. O título quer dizer: "Mudança". Por que? Leiam! ;-)


_Fique para trás querida, eu cuido disso._eu falei, me colocando à frente de Sophia. Das sombras a nossa volta foram brotando vampiros, nos cercando lentamente, seus largos sorrisos deixavam à mostra os longos caninos. Eu sentia no ar o cheiro deles, a vibração de sua energia tenebrosa tentava inebriar meus sentidos. Dei um passo a frente, mesmo desarmado. Era meu dever proteger minha noiva a qualquer custo, e isso se tornara mais fácil com o tempo. Havia me acostumado a enfrentar vampiros, e havia treinado para momentos assim.

Puxei a luva que cobria minha mão esquerda, ajustando-a melhor. Eles pouco a pouco se aproximavam, fechando cada vez mais o cerco. Senti uma massa de ar se movendo a minha direita, e sem pestanejar, atingi em cheio o oponente, durante sua investida precipitada. Ao derrubá-lo, chutei-lhe o rosto, partindo-lhe os dentes sem dificuldade. Sorri e me preparei para a próxima investida, vinda de dois flancos, visando meu pescoço com voracidade.

Atingi o primeiro com um soco, porém senti o hálito do segundo mais próximo, sua boca aberta, pronto para me morder, quando ouviu-se um tiro seco, e a criatura caiu inerte aos meus pés. Ao olhar pra trás, Sophia me olhava, com um sorriso nos lábios, enquanto Friedrich segurava sua arma de caçador, o cano ainda fumegante. Falou, em um tom divertido e desafiador:

_Isso é um absurdo! Vampiros invadindo a casa de um caçador! Nunca ouvi tamanha falta de cortesia e bom senso! E você, Mikhail, não devia se esforçar tanto. Vamos lá, divirta-se.

Lançou-me minha espada já fora da bainha, a qual eu peguei no ar. Sorri, virando-me novamente para o grupo de vampiros que agora observava apreensivo. Abri os braços em desdém e disse:

_O que foi? Desistiram de atacar? Logo agora, que estamos em pé de igualdade? Covardes!

Com o orgulho ferido, meus algozes avançaram em um ataque apressado. Mais um erro. Cortei dois deles com um giro de minha espada. O terceiro caiu com um tiro de Friedrich, antes que pudesse me ferir com suas garras. Deixei que o quarto do grupo enterrasse suas presas em meu ombro, para que provasse do sabor da morte. Meu sangue, maldito e alterado, ardeu pela garganta da fera, e rapidamente se espalhou como vírus dentro do corpo de meu inimigo.

Avancei, pulando por sobre o corpo de meu oponente, que se contorcia em espasmos irregulares. Restavam poucos deles, que foram sendo eliminados rapidamente por minha lâmina, aliada aos tiros de meu sogro, que atingiam os alvos com precisão. O último deles Sophia prendera, ao chegar sorrateiramente até ele. Levamos ele para dentro de casa, para interrogá-lo sobre suas intenções ao invadir a propriedade de um Hunter famoso.

Colocamos o vampiro sentado em uma cadeira, amarrado a ela firmemente. Ele não dissera qualquer coisa até então, e parecia disposto a continuar calado, mesmo sob ameaça. Revistando seus bolsos, encontrei apenas um bilhete escrito em russo, minha língua nativa, porém sem nada de relevante, além de um encontro marcado para aquele dia, horas antes do ataque. Mas ao menos já sabíamos a língua de nosso prisioneiro.

Após explicar as coisas para minha família, decidi conversar com o vampiro, para tentar extrair dele qualquer informação.

“Meu nome é Mikhail, e preciso que me responda a razão de sua invasão a esta casa!”

“Vá pro inferno, humano maldito!”

“Esse humano maldito tem o poder de decidir se você vive ou morre, vampiro. Agora me diga, qual a razão de sua “visita”, e quais eram seus planos!”

“Vai me ver morto antes que eu fale qualquer coisa pra você.”

Suspirei alto. Aquele vampiro de língua afiada estava começando a me irritar. Peguei minha espada e pressionei contra seu ombro, até que um filete de sangue começasse a escorrer. O vampiro gemeu, enquanto meu sogro me olhava, levemente espantado.

“É melhor dizer, ou você terá uma morte horrível nas minhas mãos.”

“Se eu disser e sair vivo daqui, minha morte será ainda mais terrível do que a que tem planejada para mim, humano!”

Tirei a ponta da espada de seu ombro, e abri um fino corte em meu dedo com a lâmina. Passei o sangue em sua testa, com um risco rápido. Imediatamente, as propriedades de meu sangue começaram a agir, queimando-lhe a fronte. O vampiro berrou.

“O que é você? O que fez comigo?”

“Eu sou o flagelo dos vampiros. Meu sangue faz com que vocês queimem, apodreçam, tornem-se pó! Ainda acha que manter-se calado vai te salvar de alguma dor?”

Com a respiração entrecortada, o vampiro falou, com seu sotaque da Rússia.

“Fomos contratados para capturar Sophia Von Klaus, uma vampira foragida que estava exilada na Alemanha. Ao chegarmos aqui, recebemos esse endereço, e viemos pra cá. Na carta ainda dizia que ela era de extrema periculosidade, e por conta disso havia tantos outros no grupo. Não imaginei que era uma casa de hunters.”

“E da onde veio essa carta? Não havia remetente, ou endereço?”

“Bem, eles são clientes assíduos dos meus...”serviços”, e acredito serem uma organização grande, pois nunca recebo ligações da mesma pessoa.”

“Como sabem ser do mesmo grupo?”

“As cartas vêm sempre seladas com um símbolo específico, uma foice negra sobre um círculo branco. Nos telefonemas, sempre se identificam como Viikate.”

“Certo. E da onde vem as cartas?”

Após um período hesitante, nosso prisioneiro disse.

“Todas vem carimbadas da Dinamarca, mais especificamente de Copenhague.

Virei para Sophia e disse, com um sorriso tranqüilo:

_O que acha de conhecermos a Dinamarca?

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Nacht #1: Trauung

Como prometido... O tão esperado e requisitado primeiro capítulo! Os títulos serão em alemão, e, se quiserem saber o que significam, basta que leiam as besteiras que eu e o Al falamos antes da história. O título de hoje significa "Casamento" =)
Boa leitura!



Seis meses depois do incidente Kreuz, em nova visita à Alemanha. Férias de inverno...

- Agora não, Sophy... Só mais um pouco.
- Não seja bobo, me deixe ver! Eu quero ver!
- Vai ver daqui a pouco...

Mikhail não queria ceder de jeito nenhum. Meu pai também estava na sala, rindo das nossas bobagens. Ambos haviam me bombardeado de perguntas, na semana anterior, em um de nossos jantares: perguntar sobre cores favoritas, tipos de flores, doces e salgados, entre outras coisas. No começo pareceu mera curiosidade, mas logo fiquei desconfiada. Eis então que chegara, mas cedo, um álbum branco com desenhos que mal consegui ver, pois, assim que os recebera das mãos do carteiro, meu noivo apressou-se em tomá-lo de mim e colocá-lo fora de meu alcance. "Só depois do almoço", ele falou, rindo da minha expressão aborrecida.
Passei toda a manhã tentando convencê-lo a me mostrar. Birra, chantagem, nada funcionava. Até que, finalmente, a hora do almoço chegara, e eu, ansiosa, tratei de comer rápido, enquanto meu pai e Mikhail comiam lentamente, se divertindo com minha ansiedade. Terminado o almoço, fomos para a sala de estar, onde até então eu o perturbava.

- Mas você falou! Depois do almoço!
- Hmm... Ok. Está bom. O que acha, Senhor Wolff?
- Pobrezinha... Acho que já está de bom tamanho. Pode mostrar.
- Claro. Só um minuto.

Mikhail subiu as escadas, e, pouco depois, desceu, trazendo em mãos o álbum branco que escondera de mim. Sentou-se ao meu lado, e estendeu o livro para mim

- Abra... E nos fale quais gosta mais.

Ansiosa, logo olhei a primeira figura. Eram rabiscos de um local com árvores altas, como um bosque, mas que fora completamente decorado com cadeiras, arranjos de flores coloridas e laços de seda. Era lindo.
O segundo desenho era do interior de uma igreja com vitrais, também decorada com arranjos de flores pintadas em aquarela, e fitas de seda. Em seguida, alguns desenhos de pratos personalizados, que logo identifiquei como sendo versões especiais dos meus favoritos, tipos de flores e algumas lembranças de festa. Então, eu entendi.

- Pai... Mikhail... Vocês... - falava, quase um sussurro. Eles sorriram, e meu noivo tomou-me as mãos.
- E então, meu amor? Como prefere?
- Pedimos a uma decoradora para fazer esses rascunhos, para termos uma idéia de como ficariam - disse meu pai, vindo sentar-se também ao meu lado - Agora, só falta decidir como prefere, minha filha.

Abracei os dois com força.

- Obrigada... Eu amo vocês... Os dois. Minha família...
Eles também me abraçaram, e, passada a emoção da surpresa, escolhemos juntos os detalhes finais. Detalhes do casamento.

O resto da tarde passou de forma tranqüila. Ficamos todos do lado de fora da casa, conversando amenidades. Depois de meu pai entrar para dar as instruções sobre o jantar, eu e Mikhail fomos andar pela propriedade, com um céu nublado e escurecendo, e uma camada fina de neve sobre a terra gelando nossos pés. Foi quando um vento mais frio soprou, e eu tive um calafrio.

- Querido... Tem algo errado aqui.
- Eu sei. Atrás de mim, Sophy.

Fiquei um pouco atrás de meu noivo, olhando ao redor, apreensiva. E então, os inimigos se revelaram, saltando da floresta, em nossa direção. Demos um passo para trás, enquanto eles pousavam a 4 metros de nós. Eram seis ao todo, e vestiam a mesma capa preta que lhes cobria o rosto.

- Garota Von Klaus... Como é escorregadia - falou um deles, e pude ver presas em sua boca, quando sorriu - Mas não pode fugir para sempre. Vamos acabar com você aqui, e agora!

E dito isso, os seis correram para nós. Eram vampiros. E vinham sob as ordens do Conselho.

Der Engel des Todes: Immer Nacht (O Anjo da Morte: Noite Eterna)

E aí, indivíduos! Venho hoje alegremente informar que este é o post inaugural, sendo o próximo o PRIMEIRO CAPÍTULO DAS CRÔNICAS DA SOPHY! É isso aí!
Com um título que é uma simpatia só (como podem ver aí em cima, traduzidinho e tudo by eu), a segunda parte da história desse casal meigo agora se concentra da figura da Sophia, e de todo o mistério que envolve seu mundo, seu passado e o de sua família. A promessa é de capítulos caprichados. E no final, como é de costume, muitas surpresas. É ler para descobrir!