quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Nacht # 8: Drohungen

Well people, depois de um boom tempo sem postar (foi mal, tô trabalhando muito, e sou um procrastinador, né Pris? xD), aqui vai mais um capítulo sensacional (modesto mode off)! Btw, Drohungen significa Ameaças. Apropriado? Vocês dizem! o/

_Fez o trabalho de um vampiro, senhor Mikhail._disse Soren, enquanto subíamos ao escritório pelo elevador.

_Fiz o meu trabalho como o humano que sou, Soren._respondi, sorrindo._Mas creio que tenha sido fácil demais, não acha?

Soren assentiu, em silêncio. Enfim chegamos à cobertura do prédio, onde ficava o escritório da diretoria. O vampiro abriu as portas de mogno e adentrou a grande sala envidraçada. De certa forma me sentia desconfortável ali dentro, porém seguimos o vampiro até uma escrivaninha, próxima às grandes janelas.

_Obrigado pelo apoio na operação de hoje. Isso não passará em branco, de modo algum. Tenham certeza que farei o possível pra encontrar as respostas que vocês procuram, meus amigos.

Tão logo Soren terminou a frase, os vidros da sala começaram a estilhaçar, e o som ensurdecedor de tiros ecoou pela sala. Atirei-me sobre Sophia, lançando-nos ao chão, enquanto o vampiro se abaixava, desviando por pouco das centenas de balas que zuniam por sobre nossas cabeças.

_Um helicóptero!_gritou Sophia, tentando se fazer ouvir. Em meio à confusão, vi Soren se arrastando em direção às janelas quebradas, sem imaginar o que ele planejava. Pouco tempo depois, os tiros cessaram, e ouvimos o helicóptero aumentar as rotações, para fugir. Nesse momento, Soren ergueu a mão em um gesto furioso e disse, com a voz tranqüila, apesar de seu rosto contorcido pela raiva:

_Mjollnir!

E um clarão de luz, seguido por uma explosão, cobriram os céus de Copenhague. Sem compreender, e já ajudando Sophia a levantar-se, perguntei:

_O que foi isso, Soren?

Ao que Soren respondeu, com um cansaço aparente:

_Odeio covardes... Eu abati o helicóptero, Sophia. “Isso” foi Mjollnir, a habilidade inerente ao meu sangue imortal. O poder de causar uma tempestade, como o do deus Thor. Porém, usá-lo drena minhas forças de forma assombrosa...

Arrastou-se então para uma poltrona, e ali se atirou, exausto. Quase que imediatamente, o rádio em seu bolso tocou:

“Lorde Soren, o senhor está bem? Eles vieram sabe-se lá de onde, e atacaram de surpresa, não pudemos fazer nada, e...”

_Façamos agora, então._disse o vampiro, pressionando um botão do rádio. Aparentemente, recuperara seu modo simpático e tranqüilo, porém autoritário. _Mandem retirar aquela sucata da rua, e trocarem as janelas. Quero uma segunda equipe para me apoiar, vamos contra-atacar imediatamente!

“Sim, senhor.”

Sophia aproximou-se e perguntou, incrédula:

_Pretende sair para esse contra-ataque? Nessas condições?

_Não posso demonstrar fraqueza diante de adversidades menores, como essa. Além disso, devo mostrar aos nossos inimigos um exemplo de honra e coragem, em contraponto a covardia deles, ao atacar com armas de fogo.

_O que quer dizer com isso, Soren?_perguntei, imaginando o que ele pretendia com aquilo. Afinal, aquilo era não mais do que uma guerra não declarada, entre duas corporações.

_Ao atacá-los de frente, mostro honra e respeito por meus inimigos. Olho em seus olhos, enquanto corto-os com minha lâmina. Dessa forma, conquisto aliados. Se fosse um covarde que detona bombas ou lança mísseis na sede inimiga, não seria melhor que eles._Soren demonstrava uma paixão reverente por suas crenças, e falava delas com força e convicção. De fato, eram ideias diferentes daquelas tidas como sensatas, e por isso mesmo, devia dar certo.

_Espero contar com vocês nessa segunda operação, meus amigos.

_Infelizmente, nossas férias estão chegando ao fim, Soren. Porém, assim que pudermos, voltaremos para prosseguir com a investigação._disse Sophia, sensata. Certamente, tínhamos que voltar a Academia Cross para o novo ano letivo, mas minha grande vontade era continuar a procura pelos fatos, e descobrir os motivos daqueles que desejavam a morte de minha noiva.

Soren assentiu, e concordou em nos manter informados de qualquer novidade. Antes de nos despedirmos, deixei um pequeno tubo de vidro com meu sangue, no caso de extrema necessidade. Instruí o jovem vampiro a lançar o “veneno” contra algum inimigo que o estivesse ameaçando. Por fim, dois dias após o incidente na cobertura do escritório, embarcamos em um voo direto para o Japão.

_Querido, não está sentindo um mal estar, um enjoo?_perguntou Sophia, durante o voo.

_Não, Sophy. É um voo comum, não é? Não foi algo que comeu?

_É diferente... Uma sensação ruim, um aperto no peito. Me é familiar, de certa forma, mas ainda assim é... aterrador.

Acariciei seus cabelos e olhei-a nos olhos, preocupado. Aparentemente estava bem, porém um pouco apreensiva. Tentei acalmá-la, e por fim acabamos adormecendo por algumas horas.

Ao chegarmos ao aeroporto de Tóquio, Sophia não mais comentava do ocorrido, e aparentemente não se lembrava da presença que sentira. Pensei que talvez fosse somente uma impressão ruim, ou um receio de haver outro algoz caçando-a, mas mantive-me vigilante por todo o tempo, até entrarmos pelos portões da grande e aconchegante escola.

Mesmo de volta ao nosso lar, e a vida corriqueira como professores, o mistério maior, o porquê de tantas ameaças, ainda permanecia longe de nossas mãos. Mas não por muito tempo.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Extra #1: Suspeitas

Não era preguiça, era cansaço u.ú Ontem foi um dia e tanto... Mas, pra compensar... Surpresa! Um capítulo extra novinho, que se passa no intervalo de tempo entre o fim do incidente com Christian, na volta às aulas, e as férias onde começam os primeiros acontecimentos da saga da Sophy. Espero que apreciem! Boa leitura!



- Isso, querido. Agora de novo. Pode vir.
Mikhail avançou em minha direção, a espada em punho. Mirando meu pescoço, levantou a arma, desferindo um golpe veloz, o qual bloqueei com minha adaga. Em um movimento ágil e aproveitando-se de sua maior estatura, escorregou a lâmina da arma para frente de si mesmo e desferiu um novo golpe, desta vez com a ponta da espada, visando atravessar minhas costelas. Sentindo o perigo iminente, evadi para o lado, e foi então que, com fluidez, ele me surpreendeu pelas costas, me imobilizando e mirando a ponta da espada para o meu pescoço. Eu sorri.
- Você definitivamente melhorou muito, de uns meses pra cá.
Ele riu, e soltou a arma, me abraçando.
- Eu precisava fazer alguma coisa, não? Decidi que te protegeria, e, para isso, precisava me tornar mais forte. Mais forte que um humano, ou mesmo um vampiro.
- E conseguiu. De cinco partidas, só venci uma. Sabe o que significa isso? Você ganhou 80% das vezes! E mal usando as técnicas do taijutsu.O que é você, Mikhail Kreuz?
Ele riu novamente, me virando de frente para ele e, tocando meu rosto, deu-me um beijo breve nos lábios.
- Quem sabe o noivo de certa vampira?
Eu fiz cara de emburrada.
- O que é isso agora? Orgulho machista de querer ser mais forte que sua noiva?
Rimos os dois, e nos encaminhamos juntos ao banco de madeira onde deixamos nossas coisas, sob a sombra de uma árvore. Cada um tomou um pouco de água do cantil, e sentamos.
- Acho que já chega por hoje – ele disse, sorrindo, enquanto embainhava a espada.
- Tem razão. Estou cansada – suspirei, devolvendo minha adaga à sua própria bainha, e guardando-a dentro da bolsa que trouxera – E eu preciso de um banho.
- Então somos dois.
Concordamos em voltar para os dormitórios, mas a presença de alguém se aproximando me fez parar.
- Mika, rápido. Conversa casual.
Os passos se aproximando pelo gramado ficaram mais altos, enquanto eu e meu noivo fingíamos conversar sobre planejamentos das aulas.
- Sophia, Mikhail. Boa tarde. O que fazem aqui? Posso me juntar a vocês? – ela sorriu, enquanto eu balançava a cabeça, aquiescendo.
- Claro. Estávamos treinando um pouco juntos. Descobri que nosso colega está treinando esgrima e taijutsu, e em poucas semanas tornou-se um dos melhores alunos da cidade. Pensei que talvez pudesse conseguir algumas dicas, afinal, mulheres também precisam aprender a se defender, para o caso de alguma eventualidade.
Ela sorriu amigavelmente, concordando comigo, e passamos os três a discutir diferentes técnicas e estilos de luta.
Era uma colega professora, vampira como eu. Normalmente entusiasmada, era inteligente e tinha um jeito alegre e cativante, conversando facilmente com todos os que se propunham a ouvi-la. Talvez fosse a professora mais simpática da Academia. Mas isso era tudo o que eu sabia.
Ela, no entanto, parecia desconfiada em relação a mim e Mikhail, desde a volta às aulas, após o encerramento do caso Kreuz. Esse interesse me foi logo percebido e, a partir dali, passei a prestar mais atenção no ambiente ao nosso redor, para manter nosso segredo. Até então, ela não havia visto de nossa parte um comportamento que confirmasse suas suspeitas. Mas elas não desvaneciam.
Agatha Katherine Mayflower... Naqueles dias, ela era o mais irrelevante dos meus problemas. Com o início dos novos atentados, acabei por esquecer desse detalhe, mas ela, por sua vez, possuía suas próprias conjecturas, e dispunha de tempo para confirmá-las. E o destino sempre recompensa os perseverantes...

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Nacht #7: Familie

Well, ó eu de novo aqui! =D

A Pris ficou com preguiça, e pediu pra eu postar aqui o novo capítulo que ela escreveu! Ficou excepcional, como de costume ;)

O título é bem fácil de entender, né não? Então, chega de papo, e bora pra ação! o/


Nosso grupo dispersou-se em todas as direções, ao redor do prédio. Eu atravessei a rua casualmente, me dirigindo a um pequeno restaurante ainda aberto, frente à construção que seria atacada. Em poucos minutos, três homens de terno atingiram a fachada do eficício. Um deles, observei de dentro do restaurante, tirou um celular de um dos bolsos das vestes, discando um número e falando brevemente, desligando em seguida. Em menos de cinco minutos, um carro preto, de película escura, parou também em frente ao prédio. Mais quatro homens, igualmente bem vestidos, sairam do automóvel, que partiu em seguida. Os sete homens, então, entraram pela porta de vidro escuro do edifício.

Deixei na mesa onde estava o dinheiro pelo café que havia pedido, e corri novamente até o outro lado da rua, onde o grupo novamente se decidia. Acertamos que apenas quatro de nós entrariam, enquanto ou demais ficariam na tocaia, para o caso de algo dar errado, e para não chamar a atenção dos escassos pedestres. O grupo, então, seria composto por mim, Mikhail, Stephan e Richard.

- Muito bem. Exceto por Lord Soren, somos quatro contra sete - falou Stephan, os olhos presos à porta, ao certo detectando os movimentos lá dentro - Acabaram de render a recepcionista. É nossa vez. Vamos!

Com discrição, sacamos nossas armas, e irrompemos pela porta do prédio.

- Ora, ora... Se não são os ratinhos do Soren - falou um dos invasores, com um sorriso sarcástico. Segurava uma humana pelos cabelos, a recepcionista, apontando uma arma para sua cabeça - Tentem nos impedir, e a moça morre.

Eu analisei cada um dos invasores. Todos vampiros. Os demais apontavam suas armas para nós. Stephan riu.

- Acha mesmo que seríamos ingênuos assim? - olhou para a moça, sorrindo - Natalie... Acessório dois, procedimento número cinco.

A moça sorriu também. Agilmente, bateu o salto fino do sapato no chão, revelando uma lâmina, e, com um chute alto, acertou o rosto do vampiro que a prendia, que soltou um grunhido de dor e surpresa.

- Sua desgra... - e, antes que pudesse terminar a sentença, Richard acertou-lhe um tiro na cabeça.

- Muito bom, Richard - exclamou Stephan - Agora, separar!

Obedecendo ao comando de Stephan e aproveitando a distração criada por Natalie, agora escondida, avançamos em direção aos outros vampiros. Com minha adaga, saltei em direção a um dos inimigos, que sacou a espada de lâmina curta, defendendo meu golpe. Ele olhou em meus olhos, e sorriu maldosamente.

- A bela senhorita Von Klaus... Que surpresa! A que devo a honra deste encontro?

Então ele sabia de alguma coisa! Desferindo um novo golpe, visando suas costelas, falei, em tom frio:

- Quem é o líder de vocês? Onde ele está? Responda!

Esquivando do meu golpe, ele riu.

- Não fique bravinha assim. Mesmo que me implore, é inútil. Não direi nada do que quer ouvir. Aliás... Acho que o chefe ficará satisfeito se eu levar, de brinde, essa sua graciosa cabeça! Terá o mesmo destino de sua linda família!

Com um movimento rápido, ele mirou minha jugular. Bloqueei a investida, e então, aborrecida, estendi minha mão até seu pescoço, segurando com força. Assustado, ele não conseguiu reagir.

- Neste caso, você não é mais útil para mim. Morra...

E então, suguei-lhe a força vital pelos dedos, até que seu corpo, suas células, se tornassem frágeis, e todo o seu movimento cessasse. Morrer assim, para os vampiros, era como morrer de velhice, para os humanos. A energia do ser se extinguia, até restar apenas um corpo ressequido, frágil, inerte. Olhei com desprezo para o que restou de meu oponente.

- Seu chefe deveria ter avisado sobre as técnicas dos Von Klaus. É isso o que merece, por ter insultado a minha família.

Com a minha raiva atenuada, voltei-me para a batalha. Mikhail ajudava Richard a livrar-se de seu adversário, e, feito o trabalho, correu até mim, olhando o corpo sem vida ao meu lado.

- Tudo bem, querida? - ele me olhou, meio preocupado.

- Sim... Apenas me excedi um pouco. Ele desonrou a memória dos meus parentes, e isso me irrita.

- Claro...

Stephan acabara de derrotar seu adversário, quando um outro vampiro o imobilizou, a arma apontada para seu peito.

- Agora estão recorrendo a humanos? Que sociedade mais decadente, a de vocês! Desistam!

- Solte ele - ordenou Mikhail, com os olhos fixos no inimigo.

- Acha que pode mandar em mim, humano? O que vai fazer? Avançar com essa espadinha?

Meu noivo sorriu.

- Não. Tenho uma arma ainda melhor, pra você.

E dito isso, tirou de um dos bolsos internos de seu sobretudo um pequeno estojo prateado, com senbon novinhas. Pegou uma delas, e guardou novamente o estojo.

- Vai usar isso aí? Patético! Um espetinho não pode me ferir.

- Não mesmo...? - alargando o sorriso, Mikhail arranhou o próprio antebraço com a agulha, embebendo-a em seu sangue - Vejamos.

Com habilidade, atirou o objeto, acertando a garganta do vampiro que, rindo, retirou de si o objeto.

- Viu só? Eu falei que...

Mas a fala dele foi interrompida. Sua pele, no lugar onde entrara a agulha, começou a ser corroída, e o alvo, urrando de dor, foi ao chão.

- O que você fez...? Humano... Maldito!

Meu noivo sorriu, irônico.

- Literalmente...

Em pouco tempo, o vampiro agonizante parou de se mexer.

- Obrigado, garoto. Acho que já provou seu valor - disse Stephan, apertando-lhe as mãos, e dando-lhe um beijo na face - Bem-vindo à Vildfarne.

- Obrigado. Mas não agradeça, ainda falta um.

No mesmo momento, o adversário restante, apavorado, saltou de seu esconderijo, em direção às escadas, e subindo.

- Segurem-no! Ele vai...

Mas Stephan não precisou completar a sentença. Em segundos o vampiro foi conduzidode volta, escada abaixo, com Soren bem atrás, apontando a espada para seu pescoço.

- Acho que esse é o fim. Bom trabalho, a todos. E quanto a este aqui, receio não ter outra escolha... - e com um movimento, atravessou o corpo do vampiro com a espada, fazendo-o cair, morto - Assim é a Grádig. Mas juntos, somos mais fortes que eles, e vamos livrar o mundo do câncer que é essa organização.

E eu assenti, confiante de que, com essa ajuda, finalmente eliminaria os algozes de meus parentes.

domingo, 30 de maio de 2010

Nacht #6: Vertrauen

Boa noite, galere, como estão? Espero que ansiosos por esse capítulo! xD Desculpem a demora em postar, mas é que tenho tido uns problemas em casa... nada grave! Enfim, espero que curtam essa Nacht, que por acaso significa "Confiança". Até a próxima!


Fiz uma leve reverência para os presentes, nos aproximamos e sentamos à mesa, com todos os vampiros com os olhos em nós dois. Apoiei os cotovelos sobre a mesa, e juntei as mãos à frente da face. Enfim, iniciei:

_Boa noite, senhores. Meu nome é Mikhail, e é um prazer estar aqui em sua presença. Espero que possamos lidar com a situação atual, de forma que possamos beneficiar ambos os lados._ao que um dos vampiros, grisalho e de aparência frágil, respondeu:

_E quais seriam os seus interesses, garoto?

_Queremos descobrir quem é Viikate, queremos respostas dessas pessoas que estão caçando minha noiva. E bem, se eles têm interesses destrutivos para com ela, melhor ainda se eu puder me livrar deles de uma vez.

_Este é o ponto em que nossos interesses convergem, Alex!_completou Soren, com um largo sorriso, dirigido ao velho vampiro._Inimigos de nossos inimigos são nossos amigos, e por conta disso, devem ser somados aos nossos números atuais. Dessa forma, poderemos esmagar a Grádig e seus negócios sujos.

Soren realmente tinha o poder da retórica. Seu breve discurso despertou aquele pequeno grupo de homens, que imediatamente pararam de contestar, e decidiram ouvir o que aquele jovem tinha para dizer. Percebendo a deixa, Soren prosseguiu com a reunião que tinha planejado:

_Mikhail e Sophia, vou explicar como as organizações funcionam aqui na cidade. Há muitos anos atrás, nasceu o conglomerado Grádig, primeira grande empresa liderada por um vampiro. Criada por simples tédio, ela tornou-se a economia mais sólida da capital. Porém, em seus braços mais obscuros, tornou-se um antro de foras-da-lei, manipuladores e corruptos. Este foi o maior motivo da criação da Vildfarne, como uma dissidência ao crescimento de uma empresa que decaiu para um mundo mais lucrativo, mas nem um pouco lícito.

_Além destes dois poderes vampirescos, ainda há as pequenas gangues, que agem por conta própria, causando uma grande desordem. Normalmente formada por vampiros decaídos, que ainda atacam humanos._Alexander, o vampiro idoso que acompanhava Soren, prosseguiu com a explicação._As outras duas facções a serem discutidas são o Conselho de Anciões, que finge não ver nada, e que suspeitamos que tenha envolvimento com os nossos estimados rivais, e por último e menos importante, os Hunters. Não os ferimos, nem eles nos ferem. Eles simplesmente limpam as ruas das gangues, para proteger os outros humanos.

_E o governo? Não coíbe as atividades ilegais da Grádig? Não investigam?_perguntei, atônito com a quantidade de vampiros espalhados pela capital. Deduzi que isso era explicado pelas noites, tão mais longas que os dias, na região. Alexander tentou conter o riso, em vão.

_Suas organizações estão alheias a tudo isso, humano. Facilmente manipuláveis e corruptíveis. Eles cuidam de ladrões de banco, batedores de carteira, e os humanos envolvidos nos empreendimentos criminosos da Grádig, mesmo sem saber. Eles simplesmente fazem o serviço, e recebem o pagamento. Não perguntam, não questionam, e não fazem idéia de quem estão lidando.

Olhei para Sophia, que retribuiu meu olhar, igualmente pasma com tamanha organização e manipulação por parte daqueles grupos independentes de vampiros. Estava pensando em como fazer para passar por tantos percalços em direção às respostas que queríamos, quando ouvimos uma nova voz, entre os membros da Vildfarne:

_Evidentemente Soren deve ter bons motivos para querer trazê-los para o nosso lado, porém creio que ainda não tenha percebido que está lidando com um poder muito acima da sua alçada, humano.

_Eu acredito que Soren não tenha explicado direito, mas meu noivo é tão capaz de lidar com vampiros quanto eu, ou você._disse Sophia, tranquilamente.

_Bem, isso ele vai ter que demonstrar. Vamos sair, fazer um pequeno teste! _respondeu o rapaz, altivo e severo, levantando-se de sua cadeira. Soren levantou-se com ele, e tentou persuadi-lo a evitar conflitos:

_Por favor, Stephan! Sejamos razoáveis, isso não é necessário...

Mas eu assenti, com um sorriso. Não seria desafiado por um vampiro qualquer e me manter passivo àquilo. De qualquer maneira, me sentia tentado a ver o tipo de poder que a Viikate possuía, e se era realmente possível combatê-los. Respondi, fixando o olhar em Stephan.

_Por mim tudo bem, só preciso que me mostre aonde ir, e o que fazer.

Saímos da sala de reunião, deixando pra trás os outros membros do grupo. Na rua, um carro e algumas motos já nos esperavam. Sophia, Soren, Stephan e eu entramos no carro, acompanhados pelo motorista. Em seguida, outros dois vampiros subiram nas motos. Iriam juntos de nós, no que quer que fossemos fazer. Stephan, no banco da frente, disse:

_Um contato disse que hoje uma divisão da Viikate seria mandada para atacar um escritório nosso, então preparamos nossas defesas. Se é tão bom nisso, humano, então ajude a defender o local.

Tirei a espada das costas, mantendo o semblante tranqüilo, enquanto o motorista e as motos rasgavam as ruas e avenidas rapidamente. Sophia segurava meu braço, ao meu lado, enquanto Soren lia um livro, o olhar baixo. Falou, com a voz baixa:

_Não precisa fazer isso, Mikhail. Temos soldados suficientes para deter uma ameaça como essa.

Mas eu tinha sido desafiado, e estava criando certo orgulho. Além disso, era uma forma de adquirir a confiança daqueles que pareciam ser os aliados mais fortes que tínhamos. O carro parou, abruptamente. Havíamos chegado ao local marcado. Aproximadamente 10 vampiros conversavam próximos a um poste, em uma esquina. Seguimos até eles.

_Lorde Soren, que honra ter o senhor aqui. Porém, deveria se afastar. Eles se aproximam com rapidez. _disse um dos vampiros, olhando de relance pra mim e minha noiva.

_Eu já sinto o cheiro deles de longe, Richard. Não se preocupe. Estes são Mikhail e Sophia, eles vão auxiliar na operação. Espalhem-se! Stephan, entre em contato com o pessoal na torre. Diga a eles que eu estou subindo, para dar apoio. _Soren falava de forma autoritária, porém com calma e tranqüilidade. Seus homens se espalharam pela rua, ao redor do grande prédio para o qual se dirigia agora. Enquanto isso, eu me encostei-me ao poste onde antes estava o pequeno grupo, e esperei, com Sophia.

_Devemos mesmo fazer isso? Não queria me envolver tanto, querido. _Sophia sussurrava, olhando ao redor. A neve caía fina e não estava tão frio, porém não se via qualquer movimento nas ruas. Respirei fundo e disse, mantendo minha espada a postos, porém escondida de olhares alheios:

_Bem, é nossa melhor chance, meu Amor... De que outra forma poderíamos encontrar os líderes da Viikate, os homens que te querem morta? Aliando-nos a Vildfarne, teremos uma chance, e vamos encontrar as respostas que queremos, está bem?

Sophia assentiu, me abraçando com força.

_Obrigada, Mika.

_Ahem, Sophy... Prepare-se. _sussurrei em seu ouvido, quando vi inúmeros vultos aproximando-se pela rua. Sorri, beijando a testa de minha noiva. Íamos lutar.

sábado, 22 de maio de 2010

Nacht #5: Versammlung

E aí, pessoas? Muito bem, esta que vos fala finalmente criou coragem para postar o capítulo 5, apesar de tê-lo terminado de escrever no início da semana. É que... sei lá. Deu preguiça de digitar (lol?), mas hoje criei coragem (e vergonha na cara) pra publicar. Espero que seja do agrado de vocês :3 O título de hoje significa "reunião". Boa leitura =)




Eu olhava fixamente para o cartaz com minha foto, enquanto meu noivo conversava com Nikolai e seu jovem amigo, na ponta mais afastada da grande mesa. A menina vampira e irrompera pela sala com o rapaz sentou-se junto a mim, segurando sua boneca, e me olhou, séria.

- A senhora é famosa?

Eu sorri, e acariciei seus cabelos cor de avelã.
- Não, não sou.
- Então, por que o Soren tem uma foto sua?
- Bom, porque... Somos amigos - eu sorri, meio sem graça. Não gostava de mentir, mas era necessário.
- Ah! Sim! - ela sorriu, contente. Depois, apontou para Mikhail - E aquele, quem é?
- O meu noivo.
- Um humano? Vai casar com um humano? - Lene me olhou com curiosidade e admiração infantis.
- Sim - sorri pra ela - Porque o que importa de verdade é se existe amor, e não o que cada um de nós nasceu sendo.
A menina deu um sorriso largo, e me mostrou a boneca.
- Ganhei da minha amiga Clair, no aniversário. Clair é humana também. Papai diz que o mundo seria um lugar melhor, se todos pudessem ser amigos.
- Ele está certo.
Ela balançou a cabeça afirmativamente, e se levantou, correndo pra fora da sala. Parou na porta, e virou para mim novamente.
- Boa sorte, moça! Tomara que ache quem quer achar.

Ela saiu correndo, e eu sorri comigo mesma. Parecia que, apesar de ser uma família de mercenários, tinham seu próprio código de honra. Viemos ao lugar certo, afinal.

- Querida - a voz de Mikhail despertou-me de meu devaneio - Está tudo certo. Amanhã conheceremos o resto da Vildfarne. Johanson convocará uma reunião, e nos apresentará aos demais.
- Vamos unir forças - falou o rapaz, seus olhos azuis me fitando com uma expressão serena - Será uma aliança vantajosa para ambos os lados.
- Estejam aqui amanhã, meia noite e meia - falou Nikolai, levantando de sua cadeira - E um conselho... - a expressão dele ficou sombria - Tomem cuidado. As informações nessa cidade correm muito rapidamente.
Mikhail passou o braço sobre meus ombros, olhando-o com seriedade.
- Obrigado. Seremos cuidadosos.
A expressão do velho vampiro se descontraiu, e ele sorriu.
- Sim, serão. E a propósito, minha jovem - ele me olhou com os olhos brilhando - Escolheu um homem de valor, humano ou não.
- Eu sei - respondi, com um sorriso.



- Que impressão teve deles ontem? Acha que estão falando a verdade?
- Não acredito que estejam mentindo, Sophy. Eles me pareceram bem honestos, apesar do trabalho que executam.

Eu suspirei, e tomei um gole do meu chocolate quente. O céu escuro anunciava mais neve, apesar de ser cedo da noite. Ainda faltava quase 3 horas para o encontro, e, enquanto isso, eu e meu noivo apenas conversávamos no espaço comum do hotel, os preparativos feitos desde cedo.
- É, vamos esperar pra ver...
Passamos mais alguns minutos conversando amenidades, e depois nos retiramos para descansar um pouco até o encontro. Duas horas depois, saíamos pela porta do hotel, pegando o carro e rumando ao bar dos vampiros.
Com uma leve expressão de desagrado, o segurança nos deixou passar. O lugar estava vazio, exceto por um concentrado e pensativo Nikolai. Ele sorriu, ao nos ver.

- Bem-vindos jovens. Por favor, venham comigo até a sala. Estão todos esperando ansiosos...
Seguimos com ele até a sala. Ele abriu a porta, e então, à meia luz, divisei várias silhuetas sentadas ao redor da mesa enorme. Eram homens sérios, de expressão fria. Doze deles. Seus olhos voltaram-se para mim, e alguns sorriram de modo sombrio.
- Senhores... - começou Soren, que se levantara de seu lugar na ponta da mesa para nos receber, um sorriso sereno nos lábios - Apresento-lhes Mikhail Kreuz, e sua noiva, a amável senhorita Sophia Von Klaus.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Nacht #4: Begleiter

E aí, galera! Mais um capítulo para vocês, que este ser que vos fala esqueceu de publicar! Enfim, leiam e divirtam-se! (btw, o título significa "Companheiros". Spoiler! =O)


_Todos são vampiros, não são?_perguntei a Sophia, enquanto caminhávamos em direção à entrada do movimentado café.

_Provavelmente. Não consigo perceber a presença de nenhum humano, ou outras criaturas. Acho melhor eu entrar lá sozinha, querido.

_De jeito nenhum, Sophy! Vamos primeiro tentar outros meios..._e me encaminhei ao enorme segurança que guardava a entrada. Obviamente, tive a passagem impedida.

_Desculpe senhor, mas este é um bar VIP. Peço que se afaste._ao que minha noiva disse:

_Ele está comigo, nem assim podemos entrar?

O vampiro olhou-a por algum tempo,

_Regras da casa, madame. Pessoas como seu acompanhante não são bem vindas.

Retirei o capuz, revelando o punho de minha espada ao vampiro e disse, com a voz reduzida a um sussurro:

_Eu sei me defender, vampiro. Não se preocupe, só viemos fazer umas perguntas, e não causaremos tumulto. Além do mais, eu tenho sangue ruim._e um esgar sombrio passou por minha face.

Incrédulo, o enorme segurança apenas continuou a me encarar, revelando levemente as presas, em um meio rosnado.

_Tudo bem, humano. Mas por sua conta e risco._e liberou nossa passagem.

Assenti com a cabeça, entrando no ambiente. Alguns rostos se voltaram para mim e Sophia, mas a maioria dos presentes continuou com suas conversas, mal notando minha presença. Tive o cuidado de esconder novamente o punho da espada, e, de mãos dadas com minha noiva, seguimos ao balcão. O balconista se aproximou, surpreso com minha coragem (ou minha loucura).

_Boa noite, sejam bem vindos, turistas! Em que posso servir vocês?

_Uma dose de uísque, por favor._pedi, sentando-me em um dos bancos de madeira, no centro do balcão._e quanto a você, querida?_perguntei, virando-me para Sophia.

_Eu vou querer o mesmo, senhor.

O garçom assentiu, e trouxe dois copos largos, cheios até a metade com um uísque de aroma forte, e igualmente forte ao paladar. Vimos que o balconista continuava próximo, provavelmente curioso para qualquer coisa que um humano tivesse naquele ambiente. Tossi, e então perguntei-lhe diretamente:

_Ei amigo, por favor, nós queríamos fazer algumas perguntas. Será que pode nos ajudar?

O balconista assentiu, e aproximou-se mais do balcão, com um largo sorriso.

_Claro, o que precisam saber?

Sophia tirou do bolso o símbolo da foice negra, colocando-o sobre o balcão. Perguntou em voz baixa:

_O que pode nos dizer sobre isso, senhor? Acredito que possa ter informações sobre isso, e ficaríamos muito felizes se pudesse nos auxiliar.

O velho balconista coçou a barba, olhando para o símbolo com aparente dúvida. Ergueu uma sobrancelha, e então disse, sem olhar para nós:

_Desculpem, não posso ajudá-los, garotos. Nunca vi nada assim antes.

Sussurrei, os olhos perfurando o balconista:

_Viikate. Não significa nada para você?

Ao engolir em seco, o vampiro entregou seu conhecimento. Olhei para Sophia, que assentiu. Antes que pudéssemos falar qualquer outra coisa, o velho disse:

_Me acompanhem, senhores._e já foi seguindo ao final do balcão, onde havia uma pequena porta.

Dei de ombros, e largando os copos no balcão, seguimos o vampiro pela porta dos fundos, atentos a qualquer emboscada. Porém, o balconista apenas nos levou a uma sala vazia, nos fundos do bar. Sentamo-nos em volta de uma mesa, e então o velho começou a dizer:

_Primeiramente, deixe me apresentar. Meu nome é Nikolai. Agora me digam, como dois estrangeiros, sendo um deles um humano, ficaram sabendo da Viikate?

Sophia, com um sorriso nos lábios, relatou ao homem sobre o ataque que sofrera, e sobre a morte de seus pais, deixando de lado certos fatos que talvez comprometessem a investigação. Por fim, perguntou:

_Então senhor Nikolai, do que se trata a Viikate, afinal?

_Bem, a Viikate é um dos braços da organização mafiosa Grådig. Digamos que são aqueles que “sujam as mãos” dentro da organização. São os høstfolkene, os Ceifadores.

_Grupo de extermínio._falei, imaginando o envolvimento de minha noiva nos negócios da máfia, quando ouvimos alguém bater na porta.

_Far?_disse uma suave voz feminina do lado de fora.

_Sim filha, estou aqui, mas estou ocupado._Nikolai falou em voz alta, e nos lançou um olhar, nervoso.

_Posso entrar?_a menina perguntou.

Eu e Sophy nos entreolhamos, assentindo em seguida. Nikolai deu então a ordem para que entrasse, porém logo atrás dela um vampiro de aspecto jovial adentrou na pequena sala, dizendo:

_Desculpe, Nikolai. Vi que veio para cá com o humano e essa garota, e fiquei intrigado. Pedi então para a pequena Lene me acompanhar até aqui. Podem me explicar o que fazem aqui, estrangeiros?

_Eles queriam informações sobre a Viikate, Soren._Nikolai falou tranquilamente, ao que os olhos questionadores da garota e do jovem vampiro se voltaram para nós. Sophia se adiantou:

_Desculpe, Soren. Meu nome é Sophia, e fui atacada em minha casa, na Alemanha, por homens contratados por essa tal Viikate. Investigando, acabamos vindo parar aqui.

Soren abriu um sorriso simpático, e tirando um folheto do bolso, disse:

_Eu imagino o que uma garota como você fez para ser caçada pela Viikate. Aliás, a recompensa por você não é das piores.

Entregou-nos o folheto, onde havia um retrato de Sophia e uma grande quantia sendo oferecida por pistas de seu paradeiro. Minha noiva parecia atônita, enquanto eu tirava o sobretudo rapidamente, e segurava o cabo de minha espada, pronto para atacar qualquer um daqueles vampiros. Soren continuou sorrindo, e fez um gesto para me acalmar.

_Não se preocupem, vocês dois. Vieram ao lugar certo. Aqui, ninguém compactua com a... Concorrência.

Ao ver a expressão de perplexidade em nossos rostos, Soren completou:

_Sou Soren Johanson, líder dos Vildfarne, e principal rival do grupo Grådig. Será um prazer trabalhar com vocês, kammerater.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Nacht #3: Die Suche

E aí, pessoas? Capítulo novinho, escrito hoje mesmo! Espero que seja do agrado de vossa senhoria =P O título de hoje? "A Busca". Divirtam-se!




A Dinamarca era um lugar frio. Especialmente naquela época do ano. Apesar de estar localizada logo abaixo da Península da Escandinávia e, por isso, ter o benefício da aquecida corrente marítima do Golfo no inverno, as temperaturas não saíam da parte negativa do termômetro. Bem agasalhados, os cidadãos de Copenhage pisavam a neve das calçadas, no centro, fazendo compras e se reunindo em cafés aquecidos e apinhados de gente. Um inverno típico. Mas não para mim.
No dia seguinte ao atentado à casa de meu pai, já havíamos partido, chegando pouco depois do meio dia. Não havia tempo a perder – afinal, as férias de inverno acabariam em pouco mais de uma semana, e teríamos de voltar às aulas.
Estabelecemo-nos em um hotel num bairro calmo e tradicional da cidade, próximo ao centro. Não havia, no entanto, muitas pistas a seguir, e as que tínhamos eram muito vagas, e talvez não nos levassem a lugar nenhum. O próprio assassino mandado até nós deu informações que sabíamos estarem erradas (como o fato de eu ser uma vampira perigosa e exilada na Alemanha), o que mostrava que fora manipulado com informações falsas. Ele sequer sabia que seria uma missão suicida, pois tentaria invadir a casa de um dos Hunters mais famosos do país.
Então, por onde começar? Eu e Mikhail decidimos descansar no hotel, e esperar até a noite para agir. Faríamos primeiro uma busca menos específica, para encontrar os meus semelhantes dinamarqueses. Falando com eles e com um pouco de sorte, poderíamos conseguir pistas do local onde aqueles vampiros foram contratados, e quem fez isso.
Finalmente, às 22 horas, começamos nossos preparativos. Pegamos nossas armas, escondendo-as por baixo de nossos sobretudos, e fomos para a rua fria, onde começavam a cair alguns flocos finos de neve. Eu sorri.

- Parece um dia perfeito para achar vampiros.
- Mesmo? – Mikhail sorriu também, abrindo para mim a porta do carro que havíamos alugado para nossa estadia em Copenhage – Por que acha isso?
- Porque se parece muito... Com o dia em que meus pais morreram.

Meu noivo beijou-me a testa, me abraçando forte.

- Nós vamos encontrar quem fez isso. Eu prometo, Sophy.
- Sim... Nós iremos encontrá-los. Obrigada, querido. Mas agora... Vamos à caça.

Ele balançou a cabeça positivamente, e fechou a porta, quando entrei no carro. Nossa noite estava apenas começando.






- Direita, na próxima rua. Uhum. Agora... Direita naquele sinal ali, e depois, esquerda. Estamos perto...

Mikhail seguia minhas instruções com precisão, guiando o carro, enquanto eu, de olhos fechados, nos levava para uma região no subúrbio da cidade, uma área pouco movimentada, ainda que houvesse casas e pequenos cafés e restaurantes abertos. Eu indicava o caminho sentindo a aura dos demais vampiros, uma habilidade que já me fora útil diversas vezes, e era característica dos clãs de vampiros que têm por elemento o espírito. Somos capazes de sentir a força da existência de qualquer ser. Não importa o que ele seja.

- Pode parar. Chegamos. Sinto muitos deles logo ali.

Mikhail estacionou o carro ao lado da calçada, que já acumulava nova camada de neve, mesmo após a limpeza feita pelo serviço municipal das ruas, no fim da tarde. Descemos do carro. Meu noivo olhou fixamente para um beco, enquanto vinha para perto de mim.

- Ali.
- Sim, ali. Vamos?
- Vamos.

Ele segurou-me pela mão, e entramos pelo beco estreito. Logo o espaço se abriu, em uma espécie de praça. E lá, do outro lado da praça, brilhavam as luzes amenas de um café movimentado. Um café cheio de vampiros.

Nacht #2: Verlegung

Ei galère, como estão? De volta para mais uma empreitada, agora com a Pris à frente do projeto (afinal, é a história da personagem dela ;D). De qualquer forma, não me perguntem o que esperar daqui pra frente, porque nem eu sei o que pode rolar nessa história! =O

Enfim, apreciem o primeiro capítulo do Mika nessa nova fase. O título quer dizer: "Mudança". Por que? Leiam! ;-)


_Fique para trás querida, eu cuido disso._eu falei, me colocando à frente de Sophia. Das sombras a nossa volta foram brotando vampiros, nos cercando lentamente, seus largos sorrisos deixavam à mostra os longos caninos. Eu sentia no ar o cheiro deles, a vibração de sua energia tenebrosa tentava inebriar meus sentidos. Dei um passo a frente, mesmo desarmado. Era meu dever proteger minha noiva a qualquer custo, e isso se tornara mais fácil com o tempo. Havia me acostumado a enfrentar vampiros, e havia treinado para momentos assim.

Puxei a luva que cobria minha mão esquerda, ajustando-a melhor. Eles pouco a pouco se aproximavam, fechando cada vez mais o cerco. Senti uma massa de ar se movendo a minha direita, e sem pestanejar, atingi em cheio o oponente, durante sua investida precipitada. Ao derrubá-lo, chutei-lhe o rosto, partindo-lhe os dentes sem dificuldade. Sorri e me preparei para a próxima investida, vinda de dois flancos, visando meu pescoço com voracidade.

Atingi o primeiro com um soco, porém senti o hálito do segundo mais próximo, sua boca aberta, pronto para me morder, quando ouviu-se um tiro seco, e a criatura caiu inerte aos meus pés. Ao olhar pra trás, Sophia me olhava, com um sorriso nos lábios, enquanto Friedrich segurava sua arma de caçador, o cano ainda fumegante. Falou, em um tom divertido e desafiador:

_Isso é um absurdo! Vampiros invadindo a casa de um caçador! Nunca ouvi tamanha falta de cortesia e bom senso! E você, Mikhail, não devia se esforçar tanto. Vamos lá, divirta-se.

Lançou-me minha espada já fora da bainha, a qual eu peguei no ar. Sorri, virando-me novamente para o grupo de vampiros que agora observava apreensivo. Abri os braços em desdém e disse:

_O que foi? Desistiram de atacar? Logo agora, que estamos em pé de igualdade? Covardes!

Com o orgulho ferido, meus algozes avançaram em um ataque apressado. Mais um erro. Cortei dois deles com um giro de minha espada. O terceiro caiu com um tiro de Friedrich, antes que pudesse me ferir com suas garras. Deixei que o quarto do grupo enterrasse suas presas em meu ombro, para que provasse do sabor da morte. Meu sangue, maldito e alterado, ardeu pela garganta da fera, e rapidamente se espalhou como vírus dentro do corpo de meu inimigo.

Avancei, pulando por sobre o corpo de meu oponente, que se contorcia em espasmos irregulares. Restavam poucos deles, que foram sendo eliminados rapidamente por minha lâmina, aliada aos tiros de meu sogro, que atingiam os alvos com precisão. O último deles Sophia prendera, ao chegar sorrateiramente até ele. Levamos ele para dentro de casa, para interrogá-lo sobre suas intenções ao invadir a propriedade de um Hunter famoso.

Colocamos o vampiro sentado em uma cadeira, amarrado a ela firmemente. Ele não dissera qualquer coisa até então, e parecia disposto a continuar calado, mesmo sob ameaça. Revistando seus bolsos, encontrei apenas um bilhete escrito em russo, minha língua nativa, porém sem nada de relevante, além de um encontro marcado para aquele dia, horas antes do ataque. Mas ao menos já sabíamos a língua de nosso prisioneiro.

Após explicar as coisas para minha família, decidi conversar com o vampiro, para tentar extrair dele qualquer informação.

“Meu nome é Mikhail, e preciso que me responda a razão de sua invasão a esta casa!”

“Vá pro inferno, humano maldito!”

“Esse humano maldito tem o poder de decidir se você vive ou morre, vampiro. Agora me diga, qual a razão de sua “visita”, e quais eram seus planos!”

“Vai me ver morto antes que eu fale qualquer coisa pra você.”

Suspirei alto. Aquele vampiro de língua afiada estava começando a me irritar. Peguei minha espada e pressionei contra seu ombro, até que um filete de sangue começasse a escorrer. O vampiro gemeu, enquanto meu sogro me olhava, levemente espantado.

“É melhor dizer, ou você terá uma morte horrível nas minhas mãos.”

“Se eu disser e sair vivo daqui, minha morte será ainda mais terrível do que a que tem planejada para mim, humano!”

Tirei a ponta da espada de seu ombro, e abri um fino corte em meu dedo com a lâmina. Passei o sangue em sua testa, com um risco rápido. Imediatamente, as propriedades de meu sangue começaram a agir, queimando-lhe a fronte. O vampiro berrou.

“O que é você? O que fez comigo?”

“Eu sou o flagelo dos vampiros. Meu sangue faz com que vocês queimem, apodreçam, tornem-se pó! Ainda acha que manter-se calado vai te salvar de alguma dor?”

Com a respiração entrecortada, o vampiro falou, com seu sotaque da Rússia.

“Fomos contratados para capturar Sophia Von Klaus, uma vampira foragida que estava exilada na Alemanha. Ao chegarmos aqui, recebemos esse endereço, e viemos pra cá. Na carta ainda dizia que ela era de extrema periculosidade, e por conta disso havia tantos outros no grupo. Não imaginei que era uma casa de hunters.”

“E da onde veio essa carta? Não havia remetente, ou endereço?”

“Bem, eles são clientes assíduos dos meus...”serviços”, e acredito serem uma organização grande, pois nunca recebo ligações da mesma pessoa.”

“Como sabem ser do mesmo grupo?”

“As cartas vêm sempre seladas com um símbolo específico, uma foice negra sobre um círculo branco. Nos telefonemas, sempre se identificam como Viikate.”

“Certo. E da onde vem as cartas?”

Após um período hesitante, nosso prisioneiro disse.

“Todas vem carimbadas da Dinamarca, mais especificamente de Copenhague.

Virei para Sophia e disse, com um sorriso tranqüilo:

_O que acha de conhecermos a Dinamarca?

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Nacht #1: Trauung

Como prometido... O tão esperado e requisitado primeiro capítulo! Os títulos serão em alemão, e, se quiserem saber o que significam, basta que leiam as besteiras que eu e o Al falamos antes da história. O título de hoje significa "Casamento" =)
Boa leitura!



Seis meses depois do incidente Kreuz, em nova visita à Alemanha. Férias de inverno...

- Agora não, Sophy... Só mais um pouco.
- Não seja bobo, me deixe ver! Eu quero ver!
- Vai ver daqui a pouco...

Mikhail não queria ceder de jeito nenhum. Meu pai também estava na sala, rindo das nossas bobagens. Ambos haviam me bombardeado de perguntas, na semana anterior, em um de nossos jantares: perguntar sobre cores favoritas, tipos de flores, doces e salgados, entre outras coisas. No começo pareceu mera curiosidade, mas logo fiquei desconfiada. Eis então que chegara, mas cedo, um álbum branco com desenhos que mal consegui ver, pois, assim que os recebera das mãos do carteiro, meu noivo apressou-se em tomá-lo de mim e colocá-lo fora de meu alcance. "Só depois do almoço", ele falou, rindo da minha expressão aborrecida.
Passei toda a manhã tentando convencê-lo a me mostrar. Birra, chantagem, nada funcionava. Até que, finalmente, a hora do almoço chegara, e eu, ansiosa, tratei de comer rápido, enquanto meu pai e Mikhail comiam lentamente, se divertindo com minha ansiedade. Terminado o almoço, fomos para a sala de estar, onde até então eu o perturbava.

- Mas você falou! Depois do almoço!
- Hmm... Ok. Está bom. O que acha, Senhor Wolff?
- Pobrezinha... Acho que já está de bom tamanho. Pode mostrar.
- Claro. Só um minuto.

Mikhail subiu as escadas, e, pouco depois, desceu, trazendo em mãos o álbum branco que escondera de mim. Sentou-se ao meu lado, e estendeu o livro para mim

- Abra... E nos fale quais gosta mais.

Ansiosa, logo olhei a primeira figura. Eram rabiscos de um local com árvores altas, como um bosque, mas que fora completamente decorado com cadeiras, arranjos de flores coloridas e laços de seda. Era lindo.
O segundo desenho era do interior de uma igreja com vitrais, também decorada com arranjos de flores pintadas em aquarela, e fitas de seda. Em seguida, alguns desenhos de pratos personalizados, que logo identifiquei como sendo versões especiais dos meus favoritos, tipos de flores e algumas lembranças de festa. Então, eu entendi.

- Pai... Mikhail... Vocês... - falava, quase um sussurro. Eles sorriram, e meu noivo tomou-me as mãos.
- E então, meu amor? Como prefere?
- Pedimos a uma decoradora para fazer esses rascunhos, para termos uma idéia de como ficariam - disse meu pai, vindo sentar-se também ao meu lado - Agora, só falta decidir como prefere, minha filha.

Abracei os dois com força.

- Obrigada... Eu amo vocês... Os dois. Minha família...
Eles também me abraçaram, e, passada a emoção da surpresa, escolhemos juntos os detalhes finais. Detalhes do casamento.

O resto da tarde passou de forma tranqüila. Ficamos todos do lado de fora da casa, conversando amenidades. Depois de meu pai entrar para dar as instruções sobre o jantar, eu e Mikhail fomos andar pela propriedade, com um céu nublado e escurecendo, e uma camada fina de neve sobre a terra gelando nossos pés. Foi quando um vento mais frio soprou, e eu tive um calafrio.

- Querido... Tem algo errado aqui.
- Eu sei. Atrás de mim, Sophy.

Fiquei um pouco atrás de meu noivo, olhando ao redor, apreensiva. E então, os inimigos se revelaram, saltando da floresta, em nossa direção. Demos um passo para trás, enquanto eles pousavam a 4 metros de nós. Eram seis ao todo, e vestiam a mesma capa preta que lhes cobria o rosto.

- Garota Von Klaus... Como é escorregadia - falou um deles, e pude ver presas em sua boca, quando sorriu - Mas não pode fugir para sempre. Vamos acabar com você aqui, e agora!

E dito isso, os seis correram para nós. Eram vampiros. E vinham sob as ordens do Conselho.

Der Engel des Todes: Immer Nacht (O Anjo da Morte: Noite Eterna)

E aí, indivíduos! Venho hoje alegremente informar que este é o post inaugural, sendo o próximo o PRIMEIRO CAPÍTULO DAS CRÔNICAS DA SOPHY! É isso aí!
Com um título que é uma simpatia só (como podem ver aí em cima, traduzidinho e tudo by eu), a segunda parte da história desse casal meigo agora se concentra da figura da Sophia, e de todo o mistério que envolve seu mundo, seu passado e o de sua família. A promessa é de capítulos caprichados. E no final, como é de costume, muitas surpresas. É ler para descobrir!