sexta-feira, 4 de junho de 2010

Extra #1: Suspeitas

Não era preguiça, era cansaço u.ú Ontem foi um dia e tanto... Mas, pra compensar... Surpresa! Um capítulo extra novinho, que se passa no intervalo de tempo entre o fim do incidente com Christian, na volta às aulas, e as férias onde começam os primeiros acontecimentos da saga da Sophy. Espero que apreciem! Boa leitura!



- Isso, querido. Agora de novo. Pode vir.
Mikhail avançou em minha direção, a espada em punho. Mirando meu pescoço, levantou a arma, desferindo um golpe veloz, o qual bloqueei com minha adaga. Em um movimento ágil e aproveitando-se de sua maior estatura, escorregou a lâmina da arma para frente de si mesmo e desferiu um novo golpe, desta vez com a ponta da espada, visando atravessar minhas costelas. Sentindo o perigo iminente, evadi para o lado, e foi então que, com fluidez, ele me surpreendeu pelas costas, me imobilizando e mirando a ponta da espada para o meu pescoço. Eu sorri.
- Você definitivamente melhorou muito, de uns meses pra cá.
Ele riu, e soltou a arma, me abraçando.
- Eu precisava fazer alguma coisa, não? Decidi que te protegeria, e, para isso, precisava me tornar mais forte. Mais forte que um humano, ou mesmo um vampiro.
- E conseguiu. De cinco partidas, só venci uma. Sabe o que significa isso? Você ganhou 80% das vezes! E mal usando as técnicas do taijutsu.O que é você, Mikhail Kreuz?
Ele riu novamente, me virando de frente para ele e, tocando meu rosto, deu-me um beijo breve nos lábios.
- Quem sabe o noivo de certa vampira?
Eu fiz cara de emburrada.
- O que é isso agora? Orgulho machista de querer ser mais forte que sua noiva?
Rimos os dois, e nos encaminhamos juntos ao banco de madeira onde deixamos nossas coisas, sob a sombra de uma árvore. Cada um tomou um pouco de água do cantil, e sentamos.
- Acho que já chega por hoje – ele disse, sorrindo, enquanto embainhava a espada.
- Tem razão. Estou cansada – suspirei, devolvendo minha adaga à sua própria bainha, e guardando-a dentro da bolsa que trouxera – E eu preciso de um banho.
- Então somos dois.
Concordamos em voltar para os dormitórios, mas a presença de alguém se aproximando me fez parar.
- Mika, rápido. Conversa casual.
Os passos se aproximando pelo gramado ficaram mais altos, enquanto eu e meu noivo fingíamos conversar sobre planejamentos das aulas.
- Sophia, Mikhail. Boa tarde. O que fazem aqui? Posso me juntar a vocês? – ela sorriu, enquanto eu balançava a cabeça, aquiescendo.
- Claro. Estávamos treinando um pouco juntos. Descobri que nosso colega está treinando esgrima e taijutsu, e em poucas semanas tornou-se um dos melhores alunos da cidade. Pensei que talvez pudesse conseguir algumas dicas, afinal, mulheres também precisam aprender a se defender, para o caso de alguma eventualidade.
Ela sorriu amigavelmente, concordando comigo, e passamos os três a discutir diferentes técnicas e estilos de luta.
Era uma colega professora, vampira como eu. Normalmente entusiasmada, era inteligente e tinha um jeito alegre e cativante, conversando facilmente com todos os que se propunham a ouvi-la. Talvez fosse a professora mais simpática da Academia. Mas isso era tudo o que eu sabia.
Ela, no entanto, parecia desconfiada em relação a mim e Mikhail, desde a volta às aulas, após o encerramento do caso Kreuz. Esse interesse me foi logo percebido e, a partir dali, passei a prestar mais atenção no ambiente ao nosso redor, para manter nosso segredo. Até então, ela não havia visto de nossa parte um comportamento que confirmasse suas suspeitas. Mas elas não desvaneciam.
Agatha Katherine Mayflower... Naqueles dias, ela era o mais irrelevante dos meus problemas. Com o início dos novos atentados, acabei por esquecer desse detalhe, mas ela, por sua vez, possuía suas próprias conjecturas, e dispunha de tempo para confirmá-las. E o destino sempre recompensa os perseverantes...

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Nacht #7: Familie

Well, ó eu de novo aqui! =D

A Pris ficou com preguiça, e pediu pra eu postar aqui o novo capítulo que ela escreveu! Ficou excepcional, como de costume ;)

O título é bem fácil de entender, né não? Então, chega de papo, e bora pra ação! o/


Nosso grupo dispersou-se em todas as direções, ao redor do prédio. Eu atravessei a rua casualmente, me dirigindo a um pequeno restaurante ainda aberto, frente à construção que seria atacada. Em poucos minutos, três homens de terno atingiram a fachada do eficício. Um deles, observei de dentro do restaurante, tirou um celular de um dos bolsos das vestes, discando um número e falando brevemente, desligando em seguida. Em menos de cinco minutos, um carro preto, de película escura, parou também em frente ao prédio. Mais quatro homens, igualmente bem vestidos, sairam do automóvel, que partiu em seguida. Os sete homens, então, entraram pela porta de vidro escuro do edifício.

Deixei na mesa onde estava o dinheiro pelo café que havia pedido, e corri novamente até o outro lado da rua, onde o grupo novamente se decidia. Acertamos que apenas quatro de nós entrariam, enquanto ou demais ficariam na tocaia, para o caso de algo dar errado, e para não chamar a atenção dos escassos pedestres. O grupo, então, seria composto por mim, Mikhail, Stephan e Richard.

- Muito bem. Exceto por Lord Soren, somos quatro contra sete - falou Stephan, os olhos presos à porta, ao certo detectando os movimentos lá dentro - Acabaram de render a recepcionista. É nossa vez. Vamos!

Com discrição, sacamos nossas armas, e irrompemos pela porta do prédio.

- Ora, ora... Se não são os ratinhos do Soren - falou um dos invasores, com um sorriso sarcástico. Segurava uma humana pelos cabelos, a recepcionista, apontando uma arma para sua cabeça - Tentem nos impedir, e a moça morre.

Eu analisei cada um dos invasores. Todos vampiros. Os demais apontavam suas armas para nós. Stephan riu.

- Acha mesmo que seríamos ingênuos assim? - olhou para a moça, sorrindo - Natalie... Acessório dois, procedimento número cinco.

A moça sorriu também. Agilmente, bateu o salto fino do sapato no chão, revelando uma lâmina, e, com um chute alto, acertou o rosto do vampiro que a prendia, que soltou um grunhido de dor e surpresa.

- Sua desgra... - e, antes que pudesse terminar a sentença, Richard acertou-lhe um tiro na cabeça.

- Muito bom, Richard - exclamou Stephan - Agora, separar!

Obedecendo ao comando de Stephan e aproveitando a distração criada por Natalie, agora escondida, avançamos em direção aos outros vampiros. Com minha adaga, saltei em direção a um dos inimigos, que sacou a espada de lâmina curta, defendendo meu golpe. Ele olhou em meus olhos, e sorriu maldosamente.

- A bela senhorita Von Klaus... Que surpresa! A que devo a honra deste encontro?

Então ele sabia de alguma coisa! Desferindo um novo golpe, visando suas costelas, falei, em tom frio:

- Quem é o líder de vocês? Onde ele está? Responda!

Esquivando do meu golpe, ele riu.

- Não fique bravinha assim. Mesmo que me implore, é inútil. Não direi nada do que quer ouvir. Aliás... Acho que o chefe ficará satisfeito se eu levar, de brinde, essa sua graciosa cabeça! Terá o mesmo destino de sua linda família!

Com um movimento rápido, ele mirou minha jugular. Bloqueei a investida, e então, aborrecida, estendi minha mão até seu pescoço, segurando com força. Assustado, ele não conseguiu reagir.

- Neste caso, você não é mais útil para mim. Morra...

E então, suguei-lhe a força vital pelos dedos, até que seu corpo, suas células, se tornassem frágeis, e todo o seu movimento cessasse. Morrer assim, para os vampiros, era como morrer de velhice, para os humanos. A energia do ser se extinguia, até restar apenas um corpo ressequido, frágil, inerte. Olhei com desprezo para o que restou de meu oponente.

- Seu chefe deveria ter avisado sobre as técnicas dos Von Klaus. É isso o que merece, por ter insultado a minha família.

Com a minha raiva atenuada, voltei-me para a batalha. Mikhail ajudava Richard a livrar-se de seu adversário, e, feito o trabalho, correu até mim, olhando o corpo sem vida ao meu lado.

- Tudo bem, querida? - ele me olhou, meio preocupado.

- Sim... Apenas me excedi um pouco. Ele desonrou a memória dos meus parentes, e isso me irrita.

- Claro...

Stephan acabara de derrotar seu adversário, quando um outro vampiro o imobilizou, a arma apontada para seu peito.

- Agora estão recorrendo a humanos? Que sociedade mais decadente, a de vocês! Desistam!

- Solte ele - ordenou Mikhail, com os olhos fixos no inimigo.

- Acha que pode mandar em mim, humano? O que vai fazer? Avançar com essa espadinha?

Meu noivo sorriu.

- Não. Tenho uma arma ainda melhor, pra você.

E dito isso, tirou de um dos bolsos internos de seu sobretudo um pequeno estojo prateado, com senbon novinhas. Pegou uma delas, e guardou novamente o estojo.

- Vai usar isso aí? Patético! Um espetinho não pode me ferir.

- Não mesmo...? - alargando o sorriso, Mikhail arranhou o próprio antebraço com a agulha, embebendo-a em seu sangue - Vejamos.

Com habilidade, atirou o objeto, acertando a garganta do vampiro que, rindo, retirou de si o objeto.

- Viu só? Eu falei que...

Mas a fala dele foi interrompida. Sua pele, no lugar onde entrara a agulha, começou a ser corroída, e o alvo, urrando de dor, foi ao chão.

- O que você fez...? Humano... Maldito!

Meu noivo sorriu, irônico.

- Literalmente...

Em pouco tempo, o vampiro agonizante parou de se mexer.

- Obrigado, garoto. Acho que já provou seu valor - disse Stephan, apertando-lhe as mãos, e dando-lhe um beijo na face - Bem-vindo à Vildfarne.

- Obrigado. Mas não agradeça, ainda falta um.

No mesmo momento, o adversário restante, apavorado, saltou de seu esconderijo, em direção às escadas, e subindo.

- Segurem-no! Ele vai...

Mas Stephan não precisou completar a sentença. Em segundos o vampiro foi conduzidode volta, escada abaixo, com Soren bem atrás, apontando a espada para seu pescoço.

- Acho que esse é o fim. Bom trabalho, a todos. E quanto a este aqui, receio não ter outra escolha... - e com um movimento, atravessou o corpo do vampiro com a espada, fazendo-o cair, morto - Assim é a Grádig. Mas juntos, somos mais fortes que eles, e vamos livrar o mundo do câncer que é essa organização.

E eu assenti, confiante de que, com essa ajuda, finalmente eliminaria os algozes de meus parentes.