domingo, 30 de maio de 2010

Nacht #6: Vertrauen

Boa noite, galere, como estão? Espero que ansiosos por esse capítulo! xD Desculpem a demora em postar, mas é que tenho tido uns problemas em casa... nada grave! Enfim, espero que curtam essa Nacht, que por acaso significa "Confiança". Até a próxima!


Fiz uma leve reverência para os presentes, nos aproximamos e sentamos à mesa, com todos os vampiros com os olhos em nós dois. Apoiei os cotovelos sobre a mesa, e juntei as mãos à frente da face. Enfim, iniciei:

_Boa noite, senhores. Meu nome é Mikhail, e é um prazer estar aqui em sua presença. Espero que possamos lidar com a situação atual, de forma que possamos beneficiar ambos os lados._ao que um dos vampiros, grisalho e de aparência frágil, respondeu:

_E quais seriam os seus interesses, garoto?

_Queremos descobrir quem é Viikate, queremos respostas dessas pessoas que estão caçando minha noiva. E bem, se eles têm interesses destrutivos para com ela, melhor ainda se eu puder me livrar deles de uma vez.

_Este é o ponto em que nossos interesses convergem, Alex!_completou Soren, com um largo sorriso, dirigido ao velho vampiro._Inimigos de nossos inimigos são nossos amigos, e por conta disso, devem ser somados aos nossos números atuais. Dessa forma, poderemos esmagar a Grádig e seus negócios sujos.

Soren realmente tinha o poder da retórica. Seu breve discurso despertou aquele pequeno grupo de homens, que imediatamente pararam de contestar, e decidiram ouvir o que aquele jovem tinha para dizer. Percebendo a deixa, Soren prosseguiu com a reunião que tinha planejado:

_Mikhail e Sophia, vou explicar como as organizações funcionam aqui na cidade. Há muitos anos atrás, nasceu o conglomerado Grádig, primeira grande empresa liderada por um vampiro. Criada por simples tédio, ela tornou-se a economia mais sólida da capital. Porém, em seus braços mais obscuros, tornou-se um antro de foras-da-lei, manipuladores e corruptos. Este foi o maior motivo da criação da Vildfarne, como uma dissidência ao crescimento de uma empresa que decaiu para um mundo mais lucrativo, mas nem um pouco lícito.

_Além destes dois poderes vampirescos, ainda há as pequenas gangues, que agem por conta própria, causando uma grande desordem. Normalmente formada por vampiros decaídos, que ainda atacam humanos._Alexander, o vampiro idoso que acompanhava Soren, prosseguiu com a explicação._As outras duas facções a serem discutidas são o Conselho de Anciões, que finge não ver nada, e que suspeitamos que tenha envolvimento com os nossos estimados rivais, e por último e menos importante, os Hunters. Não os ferimos, nem eles nos ferem. Eles simplesmente limpam as ruas das gangues, para proteger os outros humanos.

_E o governo? Não coíbe as atividades ilegais da Grádig? Não investigam?_perguntei, atônito com a quantidade de vampiros espalhados pela capital. Deduzi que isso era explicado pelas noites, tão mais longas que os dias, na região. Alexander tentou conter o riso, em vão.

_Suas organizações estão alheias a tudo isso, humano. Facilmente manipuláveis e corruptíveis. Eles cuidam de ladrões de banco, batedores de carteira, e os humanos envolvidos nos empreendimentos criminosos da Grádig, mesmo sem saber. Eles simplesmente fazem o serviço, e recebem o pagamento. Não perguntam, não questionam, e não fazem idéia de quem estão lidando.

Olhei para Sophia, que retribuiu meu olhar, igualmente pasma com tamanha organização e manipulação por parte daqueles grupos independentes de vampiros. Estava pensando em como fazer para passar por tantos percalços em direção às respostas que queríamos, quando ouvimos uma nova voz, entre os membros da Vildfarne:

_Evidentemente Soren deve ter bons motivos para querer trazê-los para o nosso lado, porém creio que ainda não tenha percebido que está lidando com um poder muito acima da sua alçada, humano.

_Eu acredito que Soren não tenha explicado direito, mas meu noivo é tão capaz de lidar com vampiros quanto eu, ou você._disse Sophia, tranquilamente.

_Bem, isso ele vai ter que demonstrar. Vamos sair, fazer um pequeno teste! _respondeu o rapaz, altivo e severo, levantando-se de sua cadeira. Soren levantou-se com ele, e tentou persuadi-lo a evitar conflitos:

_Por favor, Stephan! Sejamos razoáveis, isso não é necessário...

Mas eu assenti, com um sorriso. Não seria desafiado por um vampiro qualquer e me manter passivo àquilo. De qualquer maneira, me sentia tentado a ver o tipo de poder que a Viikate possuía, e se era realmente possível combatê-los. Respondi, fixando o olhar em Stephan.

_Por mim tudo bem, só preciso que me mostre aonde ir, e o que fazer.

Saímos da sala de reunião, deixando pra trás os outros membros do grupo. Na rua, um carro e algumas motos já nos esperavam. Sophia, Soren, Stephan e eu entramos no carro, acompanhados pelo motorista. Em seguida, outros dois vampiros subiram nas motos. Iriam juntos de nós, no que quer que fossemos fazer. Stephan, no banco da frente, disse:

_Um contato disse que hoje uma divisão da Viikate seria mandada para atacar um escritório nosso, então preparamos nossas defesas. Se é tão bom nisso, humano, então ajude a defender o local.

Tirei a espada das costas, mantendo o semblante tranqüilo, enquanto o motorista e as motos rasgavam as ruas e avenidas rapidamente. Sophia segurava meu braço, ao meu lado, enquanto Soren lia um livro, o olhar baixo. Falou, com a voz baixa:

_Não precisa fazer isso, Mikhail. Temos soldados suficientes para deter uma ameaça como essa.

Mas eu tinha sido desafiado, e estava criando certo orgulho. Além disso, era uma forma de adquirir a confiança daqueles que pareciam ser os aliados mais fortes que tínhamos. O carro parou, abruptamente. Havíamos chegado ao local marcado. Aproximadamente 10 vampiros conversavam próximos a um poste, em uma esquina. Seguimos até eles.

_Lorde Soren, que honra ter o senhor aqui. Porém, deveria se afastar. Eles se aproximam com rapidez. _disse um dos vampiros, olhando de relance pra mim e minha noiva.

_Eu já sinto o cheiro deles de longe, Richard. Não se preocupe. Estes são Mikhail e Sophia, eles vão auxiliar na operação. Espalhem-se! Stephan, entre em contato com o pessoal na torre. Diga a eles que eu estou subindo, para dar apoio. _Soren falava de forma autoritária, porém com calma e tranqüilidade. Seus homens se espalharam pela rua, ao redor do grande prédio para o qual se dirigia agora. Enquanto isso, eu me encostei-me ao poste onde antes estava o pequeno grupo, e esperei, com Sophia.

_Devemos mesmo fazer isso? Não queria me envolver tanto, querido. _Sophia sussurrava, olhando ao redor. A neve caía fina e não estava tão frio, porém não se via qualquer movimento nas ruas. Respirei fundo e disse, mantendo minha espada a postos, porém escondida de olhares alheios:

_Bem, é nossa melhor chance, meu Amor... De que outra forma poderíamos encontrar os líderes da Viikate, os homens que te querem morta? Aliando-nos a Vildfarne, teremos uma chance, e vamos encontrar as respostas que queremos, está bem?

Sophia assentiu, me abraçando com força.

_Obrigada, Mika.

_Ahem, Sophy... Prepare-se. _sussurrei em seu ouvido, quando vi inúmeros vultos aproximando-se pela rua. Sorri, beijando a testa de minha noiva. Íamos lutar.

sábado, 22 de maio de 2010

Nacht #5: Versammlung

E aí, pessoas? Muito bem, esta que vos fala finalmente criou coragem para postar o capítulo 5, apesar de tê-lo terminado de escrever no início da semana. É que... sei lá. Deu preguiça de digitar (lol?), mas hoje criei coragem (e vergonha na cara) pra publicar. Espero que seja do agrado de vocês :3 O título de hoje significa "reunião". Boa leitura =)




Eu olhava fixamente para o cartaz com minha foto, enquanto meu noivo conversava com Nikolai e seu jovem amigo, na ponta mais afastada da grande mesa. A menina vampira e irrompera pela sala com o rapaz sentou-se junto a mim, segurando sua boneca, e me olhou, séria.

- A senhora é famosa?

Eu sorri, e acariciei seus cabelos cor de avelã.
- Não, não sou.
- Então, por que o Soren tem uma foto sua?
- Bom, porque... Somos amigos - eu sorri, meio sem graça. Não gostava de mentir, mas era necessário.
- Ah! Sim! - ela sorriu, contente. Depois, apontou para Mikhail - E aquele, quem é?
- O meu noivo.
- Um humano? Vai casar com um humano? - Lene me olhou com curiosidade e admiração infantis.
- Sim - sorri pra ela - Porque o que importa de verdade é se existe amor, e não o que cada um de nós nasceu sendo.
A menina deu um sorriso largo, e me mostrou a boneca.
- Ganhei da minha amiga Clair, no aniversário. Clair é humana também. Papai diz que o mundo seria um lugar melhor, se todos pudessem ser amigos.
- Ele está certo.
Ela balançou a cabeça afirmativamente, e se levantou, correndo pra fora da sala. Parou na porta, e virou para mim novamente.
- Boa sorte, moça! Tomara que ache quem quer achar.

Ela saiu correndo, e eu sorri comigo mesma. Parecia que, apesar de ser uma família de mercenários, tinham seu próprio código de honra. Viemos ao lugar certo, afinal.

- Querida - a voz de Mikhail despertou-me de meu devaneio - Está tudo certo. Amanhã conheceremos o resto da Vildfarne. Johanson convocará uma reunião, e nos apresentará aos demais.
- Vamos unir forças - falou o rapaz, seus olhos azuis me fitando com uma expressão serena - Será uma aliança vantajosa para ambos os lados.
- Estejam aqui amanhã, meia noite e meia - falou Nikolai, levantando de sua cadeira - E um conselho... - a expressão dele ficou sombria - Tomem cuidado. As informações nessa cidade correm muito rapidamente.
Mikhail passou o braço sobre meus ombros, olhando-o com seriedade.
- Obrigado. Seremos cuidadosos.
A expressão do velho vampiro se descontraiu, e ele sorriu.
- Sim, serão. E a propósito, minha jovem - ele me olhou com os olhos brilhando - Escolheu um homem de valor, humano ou não.
- Eu sei - respondi, com um sorriso.



- Que impressão teve deles ontem? Acha que estão falando a verdade?
- Não acredito que estejam mentindo, Sophy. Eles me pareceram bem honestos, apesar do trabalho que executam.

Eu suspirei, e tomei um gole do meu chocolate quente. O céu escuro anunciava mais neve, apesar de ser cedo da noite. Ainda faltava quase 3 horas para o encontro, e, enquanto isso, eu e meu noivo apenas conversávamos no espaço comum do hotel, os preparativos feitos desde cedo.
- É, vamos esperar pra ver...
Passamos mais alguns minutos conversando amenidades, e depois nos retiramos para descansar um pouco até o encontro. Duas horas depois, saíamos pela porta do hotel, pegando o carro e rumando ao bar dos vampiros.
Com uma leve expressão de desagrado, o segurança nos deixou passar. O lugar estava vazio, exceto por um concentrado e pensativo Nikolai. Ele sorriu, ao nos ver.

- Bem-vindos jovens. Por favor, venham comigo até a sala. Estão todos esperando ansiosos...
Seguimos com ele até a sala. Ele abriu a porta, e então, à meia luz, divisei várias silhuetas sentadas ao redor da mesa enorme. Eram homens sérios, de expressão fria. Doze deles. Seus olhos voltaram-se para mim, e alguns sorriram de modo sombrio.
- Senhores... - começou Soren, que se levantara de seu lugar na ponta da mesa para nos receber, um sorriso sereno nos lábios - Apresento-lhes Mikhail Kreuz, e sua noiva, a amável senhorita Sophia Von Klaus.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Nacht #4: Begleiter

E aí, galera! Mais um capítulo para vocês, que este ser que vos fala esqueceu de publicar! Enfim, leiam e divirtam-se! (btw, o título significa "Companheiros". Spoiler! =O)


_Todos são vampiros, não são?_perguntei a Sophia, enquanto caminhávamos em direção à entrada do movimentado café.

_Provavelmente. Não consigo perceber a presença de nenhum humano, ou outras criaturas. Acho melhor eu entrar lá sozinha, querido.

_De jeito nenhum, Sophy! Vamos primeiro tentar outros meios..._e me encaminhei ao enorme segurança que guardava a entrada. Obviamente, tive a passagem impedida.

_Desculpe senhor, mas este é um bar VIP. Peço que se afaste._ao que minha noiva disse:

_Ele está comigo, nem assim podemos entrar?

O vampiro olhou-a por algum tempo,

_Regras da casa, madame. Pessoas como seu acompanhante não são bem vindas.

Retirei o capuz, revelando o punho de minha espada ao vampiro e disse, com a voz reduzida a um sussurro:

_Eu sei me defender, vampiro. Não se preocupe, só viemos fazer umas perguntas, e não causaremos tumulto. Além do mais, eu tenho sangue ruim._e um esgar sombrio passou por minha face.

Incrédulo, o enorme segurança apenas continuou a me encarar, revelando levemente as presas, em um meio rosnado.

_Tudo bem, humano. Mas por sua conta e risco._e liberou nossa passagem.

Assenti com a cabeça, entrando no ambiente. Alguns rostos se voltaram para mim e Sophia, mas a maioria dos presentes continuou com suas conversas, mal notando minha presença. Tive o cuidado de esconder novamente o punho da espada, e, de mãos dadas com minha noiva, seguimos ao balcão. O balconista se aproximou, surpreso com minha coragem (ou minha loucura).

_Boa noite, sejam bem vindos, turistas! Em que posso servir vocês?

_Uma dose de uísque, por favor._pedi, sentando-me em um dos bancos de madeira, no centro do balcão._e quanto a você, querida?_perguntei, virando-me para Sophia.

_Eu vou querer o mesmo, senhor.

O garçom assentiu, e trouxe dois copos largos, cheios até a metade com um uísque de aroma forte, e igualmente forte ao paladar. Vimos que o balconista continuava próximo, provavelmente curioso para qualquer coisa que um humano tivesse naquele ambiente. Tossi, e então perguntei-lhe diretamente:

_Ei amigo, por favor, nós queríamos fazer algumas perguntas. Será que pode nos ajudar?

O balconista assentiu, e aproximou-se mais do balcão, com um largo sorriso.

_Claro, o que precisam saber?

Sophia tirou do bolso o símbolo da foice negra, colocando-o sobre o balcão. Perguntou em voz baixa:

_O que pode nos dizer sobre isso, senhor? Acredito que possa ter informações sobre isso, e ficaríamos muito felizes se pudesse nos auxiliar.

O velho balconista coçou a barba, olhando para o símbolo com aparente dúvida. Ergueu uma sobrancelha, e então disse, sem olhar para nós:

_Desculpem, não posso ajudá-los, garotos. Nunca vi nada assim antes.

Sussurrei, os olhos perfurando o balconista:

_Viikate. Não significa nada para você?

Ao engolir em seco, o vampiro entregou seu conhecimento. Olhei para Sophia, que assentiu. Antes que pudéssemos falar qualquer outra coisa, o velho disse:

_Me acompanhem, senhores._e já foi seguindo ao final do balcão, onde havia uma pequena porta.

Dei de ombros, e largando os copos no balcão, seguimos o vampiro pela porta dos fundos, atentos a qualquer emboscada. Porém, o balconista apenas nos levou a uma sala vazia, nos fundos do bar. Sentamo-nos em volta de uma mesa, e então o velho começou a dizer:

_Primeiramente, deixe me apresentar. Meu nome é Nikolai. Agora me digam, como dois estrangeiros, sendo um deles um humano, ficaram sabendo da Viikate?

Sophia, com um sorriso nos lábios, relatou ao homem sobre o ataque que sofrera, e sobre a morte de seus pais, deixando de lado certos fatos que talvez comprometessem a investigação. Por fim, perguntou:

_Então senhor Nikolai, do que se trata a Viikate, afinal?

_Bem, a Viikate é um dos braços da organização mafiosa Grådig. Digamos que são aqueles que “sujam as mãos” dentro da organização. São os høstfolkene, os Ceifadores.

_Grupo de extermínio._falei, imaginando o envolvimento de minha noiva nos negócios da máfia, quando ouvimos alguém bater na porta.

_Far?_disse uma suave voz feminina do lado de fora.

_Sim filha, estou aqui, mas estou ocupado._Nikolai falou em voz alta, e nos lançou um olhar, nervoso.

_Posso entrar?_a menina perguntou.

Eu e Sophy nos entreolhamos, assentindo em seguida. Nikolai deu então a ordem para que entrasse, porém logo atrás dela um vampiro de aspecto jovial adentrou na pequena sala, dizendo:

_Desculpe, Nikolai. Vi que veio para cá com o humano e essa garota, e fiquei intrigado. Pedi então para a pequena Lene me acompanhar até aqui. Podem me explicar o que fazem aqui, estrangeiros?

_Eles queriam informações sobre a Viikate, Soren._Nikolai falou tranquilamente, ao que os olhos questionadores da garota e do jovem vampiro se voltaram para nós. Sophia se adiantou:

_Desculpe, Soren. Meu nome é Sophia, e fui atacada em minha casa, na Alemanha, por homens contratados por essa tal Viikate. Investigando, acabamos vindo parar aqui.

Soren abriu um sorriso simpático, e tirando um folheto do bolso, disse:

_Eu imagino o que uma garota como você fez para ser caçada pela Viikate. Aliás, a recompensa por você não é das piores.

Entregou-nos o folheto, onde havia um retrato de Sophia e uma grande quantia sendo oferecida por pistas de seu paradeiro. Minha noiva parecia atônita, enquanto eu tirava o sobretudo rapidamente, e segurava o cabo de minha espada, pronto para atacar qualquer um daqueles vampiros. Soren continuou sorrindo, e fez um gesto para me acalmar.

_Não se preocupem, vocês dois. Vieram ao lugar certo. Aqui, ninguém compactua com a... Concorrência.

Ao ver a expressão de perplexidade em nossos rostos, Soren completou:

_Sou Soren Johanson, líder dos Vildfarne, e principal rival do grupo Grådig. Será um prazer trabalhar com vocês, kammerater.