Oi pessoal, tudo bem? ao contrário do que a Pris disse, não demorei tanto assim com esse, não é mesmo? xD
Enfim, aproveitem mais esse capítulo, só cuidado para não arrancarem os cabelos, com a expectativa do próximo! *evil laugh* ;)
Pegamos o carro de meus avós emprestado e saímos. No carro, Roberto lia seus apontamentos, verificando possíveis erros.
_Deixa eu ver se entendi. Christian Rozenkreuz encontrou um meio de tornar-se imortal, e vive até hoje por aí. Os Stravinsky são na verdade os descendentes dos Brunetière, que juraram proteger a linhagem dos Kreuz, ou seja, o nosso Mika, aqui...ok.
_Isso, e adicione aí como incógnitas a morte de Laura, e como Christian descobriu a existência e o paradeiro de Mika._disse minha noiva, pensativa.
Pouco depois, chegamos à igreja de Sta. Sophia, ou o que restara dela. Descemos do carro e caminhamos, até onde ficava a porta. O cenário era desolador. As paredes de pedra haviam resistido, porém a porta, os vitrais e o teto haviam sido consumidos pelas chamas. Entramos com cuidado, passando pelos destroços. Lá dentro, a destruição era ainda mais visível.
O chão e as paredes estavam negros como carvão. As imagens de santos, todas destruídas. Bancos, portas e pedaços do telhado, transformados
Um anjo de gesso em tamanho natural, do lado esquerdo, foi o marco onde o fogo parou, pois só a face direita havia sido tocada pelas chamas. Isso era visível, pois somente metade de seu rosto estava escurecida. Me aproximei da imagem, que tinha um rosto implacável e uma espada erguida nas mãos. Sua imagem parecia ainda mais terrível com metade da face sombreada, cor de carvão.
_Algo de errado aí, Mika?_minha noiva veio ao meu encontro, para olhar a imagem mais de perto._estranho o fogo ter parado exatamente aqui, o que será que aconteceu?
_Bom, segundo a reportagem sobre o incêndio, começou a chover pouco depois do incêndio começar, mas até aí, já havia consumido quase a igreja inteira. Só esse lado esquerdo ficou intacto, e mesmo assim, ainda bastante destruído._Roberto explicou, olhando para os pés do anjo, onde havia uma placa de bronze parcialmente derretida onde lia-se:
Uriel
Anjo do Arrependimento
Ergui uma sobrancelha e disse em tom sarcástico, examinando a estátua:
_O arrependimento com uma espada na mão? Nem um pouco ameaçador...
Sophia riu, e observou as paredes que não haviam sido consumidas, tentando encontrar alguma pista ou indício, mas aparentemente, nada fora do comum. Roberto, forçando um pouco a mente, disse:
_Uriel, pelo que me lembro, é aquele que precede a tempestade. Apropriado para essa situação de incêndio. O que de qualquer jeito é estranho, porque dizem que ele não tem piedade de nada...
Toquei o gume da espada que a estátua segurava, e para minha surpresa, estava afiado. Surgiu um talho fundo em meu indicador, por onde escorreu um pouco de sangue. Soltei uma exclamação de surpresa, e Sophia virou-se rapidamente para mim:
_O que houve, querido? Algo de errado?
_Não, só cortei o dedo...
O olhar de minha noiva paralisou-se na estátua, e eu instintivamente me virei para ver. E ali, no lado branco do anjo, pude compartilhar do assombro de Sophia. O pouco sangue que saiu do corte em meu dedo escorria agora pela lâmina de gesso, revelando ranhuras, como um emaranhado de veias em baixo relevo, que cobriam toda a espada. Ao preencher toda a extensão da lâmina, o olho esquerdo de Uriel se iluminou, e o chão cedeu sob nossos pés. Entre exclamações de surpresa e sustos, estávamos mais uma vez no subsolo de uma igreja. Na total escuridão.
_Olha, eu não sei vocês, mas eu tenho certeza que isso não foi causado por enfraquecimento da estrutura do prédio... _resmungava Roberto, sacudindo a poeira de suas roupas. Em seguida acendeu um isqueiro, e percebemos que o chão não havia cedido, realmente. Uma parte do chão desceu, juntamente conosco e com a estátua de Uriel, que agora estava ali ainda imponente, porém sem mais o brilho no olhar.
_Essa estátua era um elevador para o “subsolo
_Pelo menos ninguém aqui sofre de claustrofobia...
E lá na frente, ouvi um murmurar sem sentido. Segurei o punho de minha espada, esperando o que quer que estivesse a frente. O sussurro só aumentava, ficando cada vez mais próximo, até que se tornou uma voz sibilante e gelada:
_Finalmente, nossos convidados chegaram. Vamos recebê-los de forma bem calorosa!
Roberto já tinha sua cinquedea em mãos, e Sophia aguardava, apreensiva, com sua adaga
_Quem são vocês? Apareçam de uma vez!_minha voz saiu mais firme do que eu esperava, mas era bem apropriado, afinal estávamos no covil do inimigo.
_Como quiser, garoto insolente!
E das sombras saltaram três vultos negros, vindo em nossa direção. Sem pensar, brandi minha espada contra o primeiro, que se partiu em dois, com um grito furioso. Engoli em seco, pois fora mais impulsivo do que planejado. Os outros vultos recuaram, ficando à espreita. Segurei a espada mais firmemente, retomando a compostura. As sombras voltaram a atacar, mas cortamos à frente com rapidez, desintegrando-as.
_Bem, parece que somos esperados mesmo... _disse Roberto, passando seu punhal de uma mão para a outra. Arrancamos uma tábua do elevador com a estátua de Uriel, e fizemos uma tocha improvisada. Seguimos em frente, em uma fila única. O corredor aos poucos ia se estreitando, porém após uma curva, podíamos ver uma larga abertura, por onde brotava luz. Corremos até lá, e após a pequena entrada, um largo salão revestido de mármore se abrira aos nossos olhos.
Completamente iluminado por archotes, o salão possuía seis colunas largas, distribuídas uniformemente por sua extensão. E bem na nossa frente, do outro lado da sala, uma centena de encapuzados nos aguardava. Não podíamos ver seus rostos ou qualquer parte de seus corpos, por baixo do longo manto negro, mas certamente pareciam afoitos, prontos para iniciar algo grande. Um deles disse, a voz arrastada e fria:
_Estamos aqui a mando de nosso mestre, para verificar se são dignos de estarem em sua presença. Em guarda!
Aquelas dezenas de pessoas sacaram de armas como espadas, lanças e machados, e marcharam para os lados da sala. Só restaram três deles, que caminhavam para o centro do grande salão, que agora remetia mais a uma arena de gladiadores.
_Obviamente, não seríamos injustos a ponto de marcharmos todos em sua direção. Como nosso mestre e senhor é benevolente, iremos três de cada vez. Uma luta justa, contra os três jovens visitantes.
Pude sentir um tom prazeroso na voz daquela sombra, e percebi que não havia jeito, a não ser lutar. Fechei os olhos por um momento, enquanto ouvia Roberto dizer, em voz baixa:
_Vocês tem certeza que isso é necessário?
_Creio que não estejamos em posição de negociar. Alguma idéia, meu Amor?_perguntou-me Sophia. Eu apenas respirei fundo, e, abrindo os olhos gritei, sacando minha espada:
_En Garde!
E a luta começou.
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