domingo, 1 de novembro de 2009

Crônica # 20: Truth

Boa noite, amigos! Allan aqui (jura?), com mais um capítulo da epopéia de Mika e Sophy! Enfim, espero que gostem desse capítulo! Abraços, e até a próxima! =**


Fui acordado por passos no corredor. Minha avó, logo cedo correndo com os afazeres da casa. Estar ali novamente me trazia um enorme prazer e nostalgia. Sorri, levantando-me, e deixando Sophia dormir um pouco mais. Me arrumei e desci as escadas, para ajudar meus avós com o café da manhã e outras pequenas atividades. Minha avó não parava de sorrir, desde que me viu pela manhã. Perguntou-me várias coisas sobre Sophia, e viu que respondia a tudo animadamente. Era sempre um prazer falar dela, pensar nela. Tudo que envolvia ela me fazia feliz.

Pouco tempo de conversa depois, Sophia desceu as escadas silenciosamente, e sorriu ao chegar na cozinha. Abracei-a e beijei seus lábios suavemente, desejando a ela um bom dia. Minha avó passou a conhecê-la melhor ali, porém sem ainda dizer que era uma vampira. O choque certamente seria grande, caso tivesse contado logo que chegamos. Quando Roberto surgiu na cozinha, sentamo-nos para o café.

Tomamos café tranquilamente, conversamos um pouco mais e então fui ao ponto que nos levara até ali:

_Vovó, sabe algo sobre a igreja de Sta. Sophia? Eu vi no noticiário, e fiquei preocupado.

Meus avós empalideceram, e ao se entreolharem, percebi que não se tratava apenas de um alerta dos Rosa-Cruz para mim. Havia algo além. Foi meu avô quem começou a explicar.

_Mikhail, meu neto... Você já deve saber de tanta coisa... Nos desculpe, nós não podíamos contar todas as coisas que sabíamos a você. Seus pais nos fizeram prometer a eles, mas... Você sempre foi tão inteligente, tínhamos certeza de que viria até nós, com as perguntas mais difíceis da sua vida...

_Não cheguei até aqui sozinho, vovô... Só consegui chegar até aqui graças a Sophia e a Roberto. Sem eles, eu nem teria decidido sair nessa busca... Mas bem, o que vocês têm a me dizer? O que esconderam de mim?_ perguntei, um pouco mais alterado do que quisera parecer, mas ainda assim, sem modos rudes.

Minha avó sorriu e assentiu, dizendo:

_Bem, primeiro conte-nos o que já sabe, inclusive sobre os vampiros..._E olhou diretamente para Sophia. Minha noiva corou levemente, e eu perguntei assustado:

_Como sabem sobre vampiros? E como sabem que a Sophia é uma vampira...?

_Sabemos de tanta coisa, querido... Inclusive identificar um vampiro quando vemos um... _Sorriu ternamente para Sophia, e em seguida completou._ Mesmo assim, podemos ver que a jovem Sophia é uma vampira decente... E bem, se ela te faz feliz, porque iríamos contra?

Segurei a mão de minha noiva sob a mesa, e sorrimos um para o outro. Meu avô pigarreou e disse:

_Bem, Mikhail... Conte-nos o que descobriu até agora...

E eu contei. Tudo, desde que conheci Sophia e descobri sobre vampiros, Rozenkreuz, os Ghouls na Itália, até a fuga do filho de Christian para a Ucrânia, com os Brunetière. Ao final, meus avós suspiraram e sorriram para nós.

_Realmente, vocês chegaram bem longe, para terem conseguido até mesmo o nosso antigo nome... _Disse minha avó, sorridente. Levantou-se e prosseguiu, pigarreando._ Sim, meu querido... Nosso sobrenome original era Brunetière... Nós somos os guardiões do legado de Kreuz. Somos seus guardiões. Sempre estivemos aqui para protegê-lo. Mesmo depois da vergonha que sofremos quando falhamos com seus pais...

Eu olhava para eles, incrédulo. Sophia segurou meu braço, sem compreender direito, enquanto Roberto divagava em um canto da cozinha. Perguntei, a boca seca:

_Como assim...? Meus pais...?

_Sim, querido... Eles não morreram... Foram mortos, pelos asseclas de Rozenkreuz. Não pudemos fazer nada para detê-los. Ainda bem que o mandamos para o exterior, antes que o pior acontecesse..._disse minha avó, tristemente. Sophia perguntou, um pouco pensativa:

_Por favor, expliquem isso direito, de guardiões e asseclas de Rozenkreuz...

_É claro, jovem. Bem, eu e Marie somos os descendentes da família Brunetière. Ligados aos Kreuz pela promessa de proteger e servir. A cada geração, mantemos nossa descendência protegendo aos descendentes de Kreuz, em nome do amor que Laura Kreuz sentia por seu filho. _Explicava meu avô, perante minha face perplexa. Prosseguiu._ E Christian Rozenkreuz prometeu nos tempos antigos que destruiria todo o seu legado e seu sangue. E por isso os seguidores dele ainda procuram por sobreviventes da linhagem de seu antigo mestre, como o pequeno Mikhail...

Todas aquelas informações juntas me faziam passar mal, ainda mais por saber que eles sempre souberam, mas nunca haviam me revelado. E pra completar, eles nem ao menos eram meus avós verdadeiros. Tudo aquilo era muito perturbador, e de certa forma triste. Eu era apenas um fardo para aqueles que me criaram. Algo assim tinha que terminar, de uma forma ou de outra. Levantei-me da mesa e disse, o mais firme que pude:

_Fiquem tranqüilos, eu vou acabar com os Rosa-Cruz, para que nenhum outro descendente meu ou de vocês tenha que ficar preso por antigos costumes! Aliás, eu libero vocês desse juramento...

Meu avô sacudiu a cabeça.

_Não é simples assim, Mikhail. Não há como deter os Rosa-Cruz. Nunca se soube como ou onde eles se instalam, quem é o seu líder, nada disso! Se soubéssemos, nós mesmos, ou nossos ancestrais, teriam dado cabo disso, para que o legado se descontinuasse.Porém, não é possível...

_Dê-me mais algumas informações, e eu vou encontrar por conta própria! Cheguei até aqui, não há como me impedir de continuar!

_Está bem... Contaremos tudo o que soubermos... _disse minha avó, ternamente._ Você tem razão, Mikhail. Você tem pessoas valorosas ao seu lado, e conseguiu chegar até aqui... Nenhum outro Kreuz na história descobriu a ligação sinistra que existe entre seu sobrenome e a terrível organização por trás disso... Você é diferente, e tem uma chance real de impedir esse mal de continuar...

Roberto aproximou-se da mesa, interessado no que viria a seguir. Afinal, nos aproximávamos de nosso objetivo cada vez mais.E agora aquilo tornara-se mais do que mera curiosidade, pelo menos para mim. Agora era algo muito maior, que envolvia minha família, e qualquer descendência que viesse. Não quereria um futuro de medo e incerteza para meus filhos. Precisava de livrar do problema, e sentia que ali encontraria a solução.

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