domingo, 18 de outubro de 2009

Crônica #18: Go Home

De volta, pessoal! Desculpem a minha ausência, mas tive coisas da faculdade e trabalho pra resolver, por isso tive que deixar tudo na mão da Pris. Com certeza ela cuidou muito bem de tudo! Bom, novamente peço desculpas, e espero não ter mais que me ausentar! Enfim, aproveitem a crônica^^'':


Sorri, entre o triunfante e o perturbado. As coisas se encaixavam bem até demais. Disse aos dois, ajeitando os óculos no rosto:

_Finalmente, a ligação que faltava comigo...

Sophia me olhava, quieta. Por um momento, todos ficamos em silêncio, pensando sobre tudo o que havíamos acabado de descobrir. Um silêncio incômodo, que, após algum tempo, foi rompido por minha noiva.

_Então... Teremos que ir pra Ucrânia! Lá, com certeza vamos descobrir mais sobre os Brunetière. Mais sobre você, Mika...

Roberto coçava o queixo. Parecia imerso em pensamentos, então eu prossegui:

_Bem, podemos ir para Kiev, mas... Ainda tem mais para se procurar aqui, eu acho...

Procuramos, por entre as páginas amareladas dos livros e documentos antigos. Encontrei o nome Brunetière em mais alguns registros, e um endereço. Talvez fosse a casa onde viveram. Perguntamos para um funcionário, que prontamente nos atendeu, respondendo que ali só existia um hospital. Ao verificar um arquivo sobre o hospital, engoli em seco.

Uma foto tirada de um satélite mostrava o complexo de prédios que formavam o hospital, e ali estava. Uma perfeita Rosa-Cruz. Ao mostrar para Roberto, ele disse, em voz baixa:

_Queima de arquivo, é claro! Pago o almoço de quem adivinhar quem bancou a construção desse hospital...

Não era preciso responder. Olhamos para mais algumas fotos de arquivo do hospital, até mesmo no símbolo dele, encontramos uma referência a Kreuz e seu filho. O logotipo mostrava um grande sol com uma rosa no centro, iluminando uma pequena muda de uma frágil planta.

“Sua semente germinou, Rozenkreuz...” Pensei, saindo da biblioteca. Não iríamos viajar no mesmo dia, portanto decidimos voltar ao hotel, para mais um brainstorm. Procuramos por mais referências e simbologias. Procuramos localidades, possíveis pistas. Nada, apenas pequenas coisas. Realmente, a casa dos Brunetière fora onde o hospital foi construído, anos mais tarde.

_Nada!_disse Roberto, ao lançar a última cópia tirada do registro da cidade no lixo. Suspirou, levantando-se, e foi para seu quarto, arrumar as malas. Decidimos por ir para a Ucrânia na manhã seguinte. Não havia mais razões para ficarmos ali. O único remanescente tinha sido varrido, e agora era dirigido, provavelmente, por um Rosa-Cruz remanescente.

Preparei minhas malas, também. Guardei minha espada na caixa de meu violino, organizei as roupas, anotações e outros objetos, e então me deitei. Sophia já me esperava, sentada na beira da cama, a expressão meditativa. Ao me ver, sorriu e deitou-se junto a mim. Adormecemos bem rápido e eu, mais uma vez, sonhei.

Minhas mãos amassavam um pequeno pedaço de papel. Meu coração sentia uma fúria intensa, inumana. Eu havia perdido algo. Mais de uma vez. Deixei-o escapar por entre meus dedos. O último remanescente de meu maior pecado, o maldito, de sangue impuro. Carregaria para sempre minha chaga, o sangue impregnado com a mácula que causei. Meu filho, minha linhagem, a herança de meu sangue. Maldição.

Acordei, suando frio. Era como se eu tivesse falado comigo mesmo. Ou melhor, se Christian estivesse falando comigo. Eu era maldito, era parte de sua linhagem. E continuaria passando seus genes sempre em frente. Filhos do pecado? Quem se importa! Acariciei os cabelos de Sophy lentamente, e caí no sono, só acordando na manhã seguinte, com Roberto batendo em nossa porta.

_Ei, vocês dois! Acordem, precisamos ir agora!

Levantei-me da cama, um pouco atribulado, com Sophia em meu encalço. Nos arrumamos o mais rápido possível, e descemos para tomar o café da manhã. Roberto já estava na mesa, um jornal nas mãos. Ao nos ver, ficou afoito, e nos mostrou uma notícia da seção “mundo” do jornal. Uma foto de uma igreja em chamas, onde se lia:

“Catedral de Santa Sophia, de Kiev, em chamas na noite de ontem. Provavelmente causado por incêndio criminoso. Autoridades em alerta para possível incendiário.”

Ao terminar de ler, passei para Sophia, que leu, atônita. Ao final, disse:

_Alguém não nos quer lá, pelo jeito...

_Então é pra lá mesmo que nós vamos..._Respondi, amassando o jornal com as mãos. Direto para Kiev. Direto pra casa.

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